Um aluno de 9 anos se engasga com uma tampinha de garrafa dentro da sala de aula, não consegue retomar a respiração sozinho e corre até sua professora para sinalizar que precisa de ajuda. A educadora vê o garoto apontar com desespero para a garganta e, mantendo a calma, utiliza uma técnica de primeiros socorros para desobstruir as vias aéreas do menino e salvá-lo.
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O caso foi filmado este mês pelo circuito interno de segurança de uma escola de Nova Jersey, nos Estados Unidos, e serviu de alerta para outros professores e também para quem tem filhos, sobrinhos ou netos. Afinal, “obstruções da respiração não costumam acontecer dentro de hospitais, mas com a criança brincando ou comendo no dia a dia com seus familiares e amigos”, afirma o médico pediatra Eduardo Gubert.
Coordenador do Centro de Simulação Realística do Hospital Pequeno Príncipe, ele ensina colaboradores a agirem corretamente em emergências como essa que acontecem fora do ambiente hospitalar, e garante que ações rápidas como a da educadora norte-americana Janiece Jenkins salvam vidas. “Por isso, é importante que as pessoas conheçam a técnica que ela usou, chamada Manobra de Heimlich”.
Criada em 1974 pelo cirurgião norte-americano que deu seu nome ao procedimento, “essa manobra é usada para casos de asfixia total em que a vítima ainda está consciente, mas não consegue respirar porque algum objeto está obstruindo a passagem de ar. Então, a técnica força a retirada do pedaço de comida ou de qualquer outro objeto que esteja entre nariz, boca e pulmões”, explica o pediatra.
E, para saber se a pessoa está engasgada, basta estar atento a alguns sinais. Segundo o especialista, é comum que o indivíduo apresente agitação e também o sinal universal do engasgo, que é apontar para o pescoço. “Isso acontece porque o objeto estranho tende a bloquear também as cordas vocais da pessoa, fazendo com que ela não consiga emitir sons para solicitar ajuda”, explica, ao citar que a professora norte-americana percebeu isso rapidamente e já iniciou a manobra adequada.
No caso atendido pela educadora, ela virou rapidamente o garoto de costas, o abraçou e começou a apertar a boca do estomago do menino com movimentos para dentro e para cima. “Isso causa pressão dentro dos pulmões e tende a expulsar o objeto estranho, como aconteceu ali”, ensina Eduardo, afirmando que essa técnica varia de acordo com a idade e tamanho da pessoa.
De acordo com ele, se a criança do vídeo fosse menor, a professora poderia se ajoelhar atrás do menino para abraçá-lo e pressionar com força moderada a barriga da criança. “Já se isso ocorresse com um bebê, seria necessário colocá-lo sobre o braço do adulto, deixando a cabeça mais baixa que o tórax e realizando compressões rápidas com a mão espalmada no meio das costas”. Além disso, se o engasgo for com algo sólido, é preciso visualizar o objeto e tentar removê-lo delicadamente.
Caso a vítima esteja inconsciente, o serviço de emergência médica (192 ou 193) deve ser acionado imediatamente. “Lembrando que realizar os primeiros socorros aumenta a chance de sobrevivência, então leia a respeito do assunto, assista vídeos e esteja pronto para aplicar as técnicas corretas em caso de necessidade”, aconselha o pediatra Eduardo Gubert. “Isso fará muita diferença e poderá salvar uma vida”, finaliza.