Entre algumas das mudanças no corpo com o passar do tempo, uma das mais perigosas para o idoso é a piora na deglutição, a capacidade de engolir.
Siga o Sempre Família no Instagram!
A pneumonia aspirativa, uma das consequências dessa condição, é responsável por até metade das mortes de idosos no mundo. A disfagia altera o trajeto natural do alimento, líquido e até a própria saliva que, em vez de seguir da boca ao estômago, é desviado aos pulmões.
Entre os prejuízos causados pela má deglutição estão a desnutrição, desidratação e pneumonia aspirativa, responsável por 50% das mortes em idosos. Sintomas como tosse, engasgo, aumento no tempo de refeição, deixar de comer algo devido a consistência são sinais de alerta para diagnóstico precoce da disfagia, pois não fazem parte do envelhecimento saudável.
A fonoaudióloga Larissa Wardenski, do Hospital São Vicente Curitiba, diz que outros sintomas comuns são: o “escape” da boca de saliva e alimentos, dificuldade na mastigação, pigarro ao se alimentar, sensação de alimento parado na garganta e perda de peso.
Larissa explica que certas condições tornam a disfagia mais frequente, como doenças neurológicas (AVC), neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson ou Esclerose Lateral Amiotrófica), e no câncer de cabeça e pescoço. “Esse sintoma pode ocorrer ainda em internados na UTI após passarem por intubação orotraqueal ou traqueostomia”, diz.
Reabilitar a deglutição é preciso
No idoso, a disfagia pode ter muitas causas, diz Luciane Soares, presidente do departamento de gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. “Porém, é possível estabilizá-las, trabalhando a consistência e volume do alimento e fazendo exercícios para ganhar força e mobilidade, melhorando a coordenação, gerando uma deglutição mais segura.”
Ter uma equipe multidisciplinar é fundamental, e o fonoaudiólogo tem papel especial nessa reabilitação. “O tratamento envolve ainda o uso de utensílios facilitadores, posicionamentos durante a alimentação, posturas e manobras que auxiliem a deglutição, além de exercícios de mobilidade, tonicidade e de sensibilidade oral”, detalha a fonoaudióloga Larissa Wardenski.