Cirurgia ortognática pode trazer melhora na fala, na mastigação e na respiração, além de resultados estéticos.| Foto: Unsplash/Christopher Campbell
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A má qualidade do sono é um problema que afeta duramente a rotina de qualquer pessoa. Era o caso do programador Gustavo Silveira, então com 34 anos, que acumulava oito anos de dificuldades com o sono quando o problema se agravou devido à hipertensão.

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Foi assim que uma sequência de diagnósticos o encaminhou, há um ano e meio, para uma cirurgia ortognática, um procedimento que reposiciona os ossos da mandíbula, corrigindo a oclusão – o encaixe da mordida – e impactando positivamente em uma série de fatores.

“Era muito comum acordar mais cansado do que quando fui dormir”, conta Gustavo ao Sempre Família. Depois de descobrir sofrer de apneia grave, ele foi submetido a quatro procedimentos de uma só vez: o alargamento da garganta, a retirada das amígdalas e uma septoplastia, além da cirurgia ortognática. “Após um ano, posso dizer que melhorou muito a minha qualidade do sono. Acordo bem descansado, com bastante energia”, diz o programador.

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Além de resolver seu problema com o sono, a cirurgia ainda trouxe outros benefícios. Gustavo percebeu uma grande melhora na respiração, mas também sentiu a voz mais estabilizada e ganhou uma mastigação melhor, mais uniforme – além dos ganhos estéticos. “Estou bem satisfeito com o procedimento e a recuperação. Minha qualidade de vida melhorou bastante”, confirma.

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Tratamento completo

De fato, a cirurgia ortognática traz todos esses benefícios, porque a intervenção na mandíbula afeta o funcionamento da articulação temporomandibular – essa dobradiça que você sente ao colocar o dedo na têmpora e abrir a boca. “Ela é como se fosse o joelho do rosto, e um piso adequado – a correção da mandíbula – faz o joelho trabalhar melhor”, compara o otorrinolaringologista Gabriel Zorron Cavalcanti, cirurgião cranio-maxilo-facial do Hospital IPO, que atendeu Gustavo.

“Nesse procedimento, os ossos são reposicionados seguindo parâmetros bem definidos para melhorar a estética da face e o encaixe dos dentes, promovendo a adequação da via aérea para melhora do ronco e do sono”, explica o cirurgião. “Com isso, a própria autoaceitação é muito beneficiada com a cirurgia”. Entretanto, é preciso ter em mente que se trata de um processo mais amplo.

“Não é simplesmente um tratamento cirúrgico, é um tratamento ortocirúrgico, e por isso é necessário um bom ortodontista”, aponta Cavalcanti, que especifica ainda que costuma haver um preparo ortodôntico prévio à cirurgia. Do mesmo modo, o acompanhamento ortodôntico prossegue após o procedimento, porque a memória da musculatura pode forçar um movimento anárquico na mandíbula.

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De acordo com o cirurgião, a estabilidade final é alcançada, com tratamento ortodôntico, em um ano após a operação. O processo envolve também o acompanhamento de profissionais de fisioterapia, cujo apoio é fundamental para ajudar a trabalhar bem os atos de falar e de mastigar com um rosto de certo modo novo. “São alterações muito grandes no rosto e o corpo não assimila mudanças muito rápidas”, finaliza Cavalcanti.