O alerta de que a pandemia estaria avançando para pessoas mais jovens tem se confirmado nos últimos números da Covid-19 no Brasil. Dados do Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz publicado na sexta-feira (7) mostram uma redução tanto na idade das pessoas internadas quanto na idade das vítimas.
Siga o Sempre Família no Instagram!
Enquanto na semana epidemiológica 1 de 2021 (03/01 a dia 09/01) a idade média das pessoas que morreram de Covid-19 era de 71 anos, na semana 16 (18/04 a 24/04) a média era sete anos menor, de 64 anos. No caso da idade média dos internados, foi de 63 anos para 57 anos.
Segundo os dados do boletim, o Observatório está acompanhando o processo de "rejuvenescimento" da pandemia desde março. Um fator que pode ter contribuído para esse processo foi o início da vacinação no país, que focou primeiramente em uma população mais idosa, acima de 60 anos, além de profissionais da saúde e população indígena aldeada.
"Até o fechamento da semana epidemiológica 16, na grande maioria das grandes cidades brasileiras a vacinação já havia alcançado grande parte dos grupos com mais de 70 anos, ao menos com a primeira dose. O processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil é confirmado por meio desses novos dados", destacam os pesquisadores no boletim.
955% de aumento entre 40 a 49 anos
Ao analisar os números de casos de Covid-19, os pesquisadores perceberam um aumento global de 483,1% em todas faixas etárias, na análise entre a 1ª e a 16ª semana epidemiológica de 2021. Algumas faixas, no entanto, tiveram um crescimento ainda maior:
- 20 a 29 anos: aumento de 622,7%
- 30 a 39 anos: aumento de 892,1%
- 40 a 49 anos: aumento de 955,9%
- 50 a 59 anos: aumento de 875,4%
- 60 a 69 anos: aumento de 585,9%
O ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu na semana passada por complicações da Covid-19, tinha 42 anos e destaca a faixa etária que teve maior aumento de casos, mas também de mortes, no período analisado pelo Observatório, dos 40 aos 49 anos.
Com relação aos óbitos, o aumento global foi de 259,1%. Da mesma forma, ao analisar as faixas etárias, os pesquisadores viram números ainda mais expressivos:
- 20 a 29 anos: aumento de 654,5%
- 30 a 39 anos: aumento de 562,8%
- 40 a 49 anos: aumento de 692,9%
- 50 a 59 anos: aumento de 568,4%
- 60 a 69 anos: aumento de 379,9%