Monitorar constantemente a glicemia evita crises mais graves| Foto: Bigstock
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Um dos pesadelos na vida de quem tem diabete á a hipoglicemia, que acontece de modo leve ao grave, e cujos sintomas devem ser conhecidos de todos, inclusive de familiares, que saberão agir da maneira correta caso o portador da doença crônica entre em crise.

A hipoglicemia ocorre muitas vezes por uma incapacidade do portador da doença de regular a sua taxa de glicose, tanto para cima, quanto para baixo. A insulina, responsável por fazer a taxa de glicose cair, não tem o equilíbrio fino que o organismo tem de fazê-la cair apenas até um limite. “Às vezes ela cai demais, por excesso de insulina/medicamento ou porque o organismo não teve a capacidade de se autorregular”, diz André Daher, endocrinologista do Hospital Nossa Senhora das Graças. Tire algumas dúvidas sobre o tema:

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Quem sofre mais

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A hipoglicemia é mais comum em pessoas com diabete tipo 1, por serem todas elas usuárias de insulina. Ou ela usa mais insulina do que o necessário ou acaba consumindo mais energia (glicose) do que previsto para a dose que ela usa e isso faz com que a glicose caia demais.

Sintomas do início de um episódio de hipoglicemia

Os primeiros sinais são sudorese fria, certa tontura, vontade muito grande de comer, uma avidez por alimentos doces ou com mais açúcar. Se a hipoglicemia for mais grave a pessoa pode ficar tonta, ter redução do nível de consciência e até, em casos mais severos, desmaiar e entrar em coma por causa da hipoglicemia.

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O que o diabético deve fazer se estiver consciente? E se estiver inconsciente?

Quando consciente deve ingerir carboidrato ou algo doce, de preferência na forma líquida ou em gel. Normalmente o equivalente a 15 gramas de carboidrato, ou seja, meio copo de suco de laranja, meio copo de refrigerante não dietético ou duas colheres de sobremesa de açúcar na água ou com outras formas de carboidrato. Em geral, isso basta.

Já em casos mais graves, com perda de consciência e impossibilidade de ingestão pela boca, pessoas próximas devem usar a injeção de glucagon, um hormônio que faz a glicose subir, e que pode ser aplicada em domicílio mesmo. Caso esteja em ambiente hospitalar ou seja atendido em ambulância de emergência, é aplicada a injeção de glicose na veia.

Não tratada, a hipoglicemia pode matar

Caso a pessoa entre em coma por hipoglicemia, ela pode vir à óbito por que o cérebro precisa de glicose para funcionar, assim como todos os outros órgãos. As crises que não levam à morte, mas que são graves, podem causar arritmias cardíacas, infarto e danos cerebrais.

Aumentar o nível de exercícios pode levar à redução da glicose

Quando a pessoa aumenta sua carga de exercícios ela deve passar por uma avaliação médica e ver a necessidade de fazer ajustes na sua medicação ou saber que durante o exercício ela tem de ingerir alguns carboidratos a cada 15 ou 30 minutos, dependendo da intensidade do exercício e do peso da pessoa.

Dicas principais para evitar hipoglicemia

É fundamental ajustar a medicação e a insulina quando fizer alguma mudança de alimentação ou na atividade física. A outra dica é monitorar a glicose com frequência, fazendo testes de glicose seja na ponta de dedo ou por sensores que medem a glicose por 24 horas. O portador da diabete tipo 1 deve estar sempre ciente dos seus níveis de glicose e, ao perceber que está havendo uma queda, tomar uma atitude preventiva.

Outra dica é ir regularmente ao médico, para que ele possa identificar se há maior risco de hipoglicemia e procurar, sempre que possível, usar medicamentos, insulina, que provoquem o mínimo risco de hipoglicemia.

Sem horário para acontecer

A hipoglicemia pode acontecer em qualquer período. Não tem horário preferencial e tem muito a ver com a interação de alimentação, de remédio e de insulina.

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Durante o sono, hipoglicemia pode agravar

Dormindo, a hipoglicemia pode ser mais perigosa, pois a pessoa pode não perceber e ela durar mais tempo ou ocorrer uma manifestação mais grave, inclusive levando a consequências mais severas. Quem está do lado pode perceber quando houver agitação, pesadelos, delírios e se ela estiver falando sozinha. Mas o mais perceptível é a sudorese: a pessoa começa a suar frio e a suar mais, e chega até a encharcar o lençol. Ter dificuldade para acordar pode ser sinal de hipoglicemia também.

Antes de dormir é importante comer algo?

Nem sempre. Com glicose normal e medicação ajustada, o risco de hipoglicemia é baixo. Mas se a pessoa percebe que está com glicose baixa e que tem risco de ter uma hipoglicemia durante a noite, às vezes com os sensores mostrando que ela está em franca queda antes de dormir, a pessoa pode prevenir ingerindo algo.

Suplementos alimentares à base de maltodextrina modificada ou mesmo um mingau de aveia e derivados de leite conseguem segurar e prevenir por mais tempo do que apenas o açúcar e o carboidrato simples.

Monitorar glicose é chave para controle

Diabéticos de tipo 1 precisam monitorar glicose pelo menos cinco vezes ao dia. Antes de dormir é muito importante. Não são todas as pessoas com diabetes tipo 2 que têm que monitorar glicose várias vezes ao dia, mas se a pessoa tem risco, se ela usa insulina, se ela usa medicamentos ou corre o risco de hipoglicemia, recomenda-se o mesmo procedimento antes de dormir. Os níveis de glicose são variáveis, mas quem tem diabete pode oscilar sua glicose entre 70 e 180 no dia.

Glicemia ao acordar

Não há um número igual para todos em relação à queda da glicose ao longo da noite, pois pode chegar tanto a níveis baixos como 30, 40, se estiver em hipoglicemia, ou níveis altos, como 400, 500, 600, se a pessoa não estiver em tratamento adequado. Mas o ideal é que uma pessoa com diabetes acorde e perceba a glicose entre 70 e 130.

Bebidas alcoólicas interferem na glicemia

Álcool não é açúcar, como muita gente pensa, apesar de poder se transformar nele. Mas o principal efeito do álcool nesse sentido é inibir a síntese interna de glicose, principalmente no fígado. Em jejum, o corpo fabrica glicose para manter viáveis as funções vitais enquanto não nos alimentamos. Porém, o álcool inibe essa produção, deixando mais sujeito à hipoglicemia.

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