Em meio a suspeita de relação entre a vacina da AstraZeneca com casos raros de coágulos sanguíneos, um alto funcionário da Agência Europeia de Medicamentos disse crer na relação entre o imunizante e esses quadros tromboembólicos relatados em vacinados recentes.
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A afirmação foi feita pelo chefe de estratégia de vacinas da agência, Marco Cavaleri, em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero , que disse haver clareza de que “há uma ligação com a vacina”, porém que há incerteza de quais seriam as causas dessa reação.
Ele afirmou que em pacientes mais jovens o número de casos de trombose cerebral foi maior que o esperado quando comparado ao restante da população. Cavaleri também sugeriu que a agência se manifestasse prontamente sobre o assunto, o que ainda não foi feito.
Cavaleri afirmou que, mesmo com esses eventos adversos, a relação risco-benefício ainda era a favor da vacina e que ainda era preciso examinar de forma mais detalhada os efeitos em distintas faixas etárias. O chefe de estratégia de vacinas da agência disse ainda que a cada país caberia definir diretrizes específicas sobre as vacinas que deveriam ser aplicadas em cada faixa de idade.
Já em meados de março, a agência europeia havia afirmado que os benefícios da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, superariam os riscos de efeitos colaterais, quando observada a diminuição em mortes e hospitalizações.
O comunicado veio após diversos países da região terem suspendido ou restringido temporariamente a aplicação das vacinas, incluindo Alemanha, França e Canadá logo depois retomada.
Em meados de março, a Fiocruz, que produz este imunizante contra a Covid-19 no Brasil, afirmou que a formulação tinha se demonstrado, até o momento, "extremamente segura e eficaz".
"Mais de 17 milhões de pessoas, na União Europeia e no Reino Unido, e cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil já foram vacinadas com esse imunizante sem que houvesse, até o momento, evidência de aumento de risco de formação de coágulos sanguíneos em qualquer faixa etária", afirmou a fundação, em nota à época, em relação ao Brasil.
Naquele momento, a Anvisa também havia informado que não havia relatos no Brasil de embolismo ou trombose comprovadamente ligados aos imunizantes contra a Covid-19.
A Fiocruz citou, ainda à época, segundo informações atribuídas à AstraZeneca, de que haviam sido relatados, até 8 de março, "15 eventos de trombose venosa profunda e 22 eventos de embolismo pulmonar" dentro de um universo de mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e Reino Unido.