Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (5), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomenda a retomada da vacinação de todas as grávidas no país contra a Covid-19. Incluem, agora, tanto as gestantes com comorbidades quanto as sem os fatores de risco para a infecção pelo novo coronavírus.
A entidade reforça que a medida está em consonância com o Plano Nacional de Imunização (PNI), e que a imunização deve ser feita com as vacinas disponíveis no Brasil que não contenham vetor viral. No caso, a Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac e Instituto Butantan, e a Comirnaty, desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.
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"A Febrasgo entende que o uso de vacinas covid-19 em gestantes com e sem comorbidades ou fatores de risco deve ocorrer independente da indicação médica, sendo apenas necessário, se assim for o desejo da gestante ou puérpera, da apresentação do cartão de pré-natal ou registro do nascimento da criança", destaca a entidade no comunicado publicado no site.
Tanto as gestantes incluídas nos grupos prioritários quanto as sem comorbidades que ainda não foram vacinadas deverão receber os imunizantes de acordo com o cronograma do PNI de cada município.
Atualmente, no Brasil, a inclusão das grávidas sem comorbidades na vacinação contra a Covid-19 varia por cidade. Curitiba, por exemplo, voltou a vacinar esse grupo no início de junho. Em maio, o Ministério da Saúde havia recomendado a suspensão da imunização de gestantes sem comorbidades, seguindo orientação da Anvisa para que o PNI mantivesse as recomendações previstas na bula da vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz.
Na última sexta-feira (2), a Anvisa propôs restrições no uso de vacinas que contenham vetores virais para as gestantes – incluindo não só a vacina da AstraZeneca, mas também a da Janssen.
Esquema "misturado"
Para as gestantes e puérperas que receberam, no início de maio, a primeira dose da vacina da AstraZeneca-Oxford/Fiocruz, a entidade sugere duas alternativas:
- Ou aguardam o término do período da gestação e puerpério (até 45 dias após o parto) e recebem a segunda dose da mesma vacina;
- Ou recebem a segunda dose da vacina da Pfizer/BioNTech ou a Coronavac - nos locais nos quais não tiver disponível a primeira.
"As gestantes e puérperas (incluindo as sem fatores de risco adicionais) que já tenham recebido a primeira dose de outra vacina COVID-19 que não contenha vetor viral (como a Sinovac/Butantan ou a Pfizer) deverão completar o esquema com a mesma vacina nos intervalos habituais", completam os especialistas via Febrasgo.
Aumento no risco da Covid-19 entre grávidas
De acordo com a Febrasgo, a mudança na orientação foi feita após a análise dos dados de morbidade, mortalidade e risco de óbito por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)/Covid-19 entre gestantes e puérperas.
"(...) foi considerado que o risco de agravamento e óbitos em gestantes e puérperas após a infecção por SARS-CoV-2 mostrou uma elevação significativa nas semanas 17 a 23 de 2021, sendo então recomendada a retomada da vacinação contra covid-19 em gestantes sem comorbidades e/ou fatores de risco com as vacinas inativadas (Coronavac) e de mRNA (Pfizer), sem a necessidade de indicação ou relatório médico."
A entidade lembra, porém, que as recomendações poderão ser revistas a qualquer momento, de acordo com novas evidências científicas.