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Um estudo feito por nove pesquisadores ligados à Universidade de Hong Kong e ao Centro de Dinâmicas de Doenças Transmissíveis da Universidade de Harvard (EUA) calcula que a taxa de mortalidade em pessoas com sintomas da Covid-19 seja de 1,4%.

Esse número seria, portanto, menor do que a taxa de mortalidade calculada anteriormente, que variava de 2% a 3%, e mesmo que a taxa "simples", com base no número total de mortes e casos confirmados da China, que é de 4%.

Apesar da publicação dos resultados em uma revista científica que faz parte do grupo Nature, o estudo ainda não foi revisado por outros pesquisadores. Além disso, os dados foram baseados em 425 casos iniciais e 41 mortes ocorridas na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do novo coronavírus na Ásia.

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Variações conforme a idade

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Assim como em outros estudos, os pesquisadores também perceberam que o risco de letalidade da Covid-19 entre pessoas que desenvolveram os sintomas variava conforme a faixa etária. Entre 15 e 44 anos, o risco foi de 0,5% (variando entre 0,1% e 1,3%). A mesma taxa foi identificada em pacientes entre os 45 e 64 anos (variando entre 0,2% e 1,1%). Para pessoas acima de 64 anos, a taxa foi de 2,7%, com estimativa entre 1,5% e 4,7%.

"Existe uma dependência clara e considerável da idade nos riscos de infecção e resultado. Por uma questão de simplicidade, consideramos apenas a população adulta com dados empíricos e relatos de observações muito raras de casos com menos de 15 anos de idade", diz trecho do estudo, que fez projeções a partir de dados de viajantes a Wuhan e o número de mortes na cidade.

Os pesquisadores ressaltam que as estimativas não podem ser consideradas fora do epicentro original da pandemia. Atualmente, por exemplo, a taxa de mortalidade "simples" na Itália é de quase 8%, praticamente três vezes maior do que a chinesa.

A pesquisa foi liderada por Joseph Wu e Kathy Leung, da Universidade de Hong Kong, e alerta que as estimativas do risco de mortes entre pessoas com sintomas são afetadas também pelos casos e mortes nos quais a Covid-19 não é diagnosticada.

Como já apontado por um estudo na revista científica Science, o número de infecções assintomáticas não diagnosticadas é desconhecido. Porém, se pudesse ser calculado, diminuiria ainda mais o risco de fatalidade.

Preocupação continua

Mesmo chegando a uma taxa de letalidade menor, os cientistas têm a expectativa de que pelo menos 1/4 da população deva ser infectada pelo vírus Sars-Cov-2. "A maioria da população será infectada eventualmente, a menos que sejam aplicadas drásticas intervenções de saúde pública por períodos prolongados e/ou as vacinas se tornem disponíveis de forma suficientemente rápida", dizem.

Diversos países da Europa já estão aplicando a quarentena, além de proibição de viagens - medida adotada ainda pelos Estados Unidos e alguns países da América do Sul.

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Medicamentos e vacinas

Com relação a uma vacina, essa possibilidade só deverá estar disponível em meados de 2021. Os testes em humanos foram iniciados nesta semana com voluntários. Uma vez que antivirais eficazes sejam identificados (e amplamente adotados), as taxas de mortalidade pela Covid-19 tendem a reduzir.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]