A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta quinta-feira (15) o resultado de um dos maiores e mais abrangentes estudos sobre tratamentos para a Covid-19, o Solidarity, com resultados nada animadores.
Este estudo trouxe evidências consideradas conclusivas sobre a eficácia de medicamentos já utilizados contra outras patologias como remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir e interferon e mostrou que tais medicamentos pareceram ter pouco ou nenhum efeito na mortalidade de pacientes hospitalizados pela doença.
Realizado em apenas seis meses, o maior ensaio de controle randomizado do mundo sobre a terapêutica Covid-19 envolveu mais de 11 mil pacientes em 400 hospitais de mais de 30 países e analisou os efeitos desses tratamentos na mortalidade geral, no início da ventilação mecânica e na permanência de pacientes hospitalizados. “Adoraríamos ter um medicamento que funcionasse, mas é melhor saber se um medicamento funciona ou não do que não saber e continuar a usá-lo”, disse o cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan em publicação no medRxiv.
Remdesivir
Uma das grandes esperanças na redução da mortalidade, o remdesivir, que ataca uma enzima específica do RNA do vírus não foi capaz de reduzir a mortalidade de modo significativo. O estudo do Solidarity mostrou que dos 2.743 pacientes hospitalizados que receberam o medicamento, 11% morreram, contra 11,2% em um grupo de controle de tamanho semelhante, uma diferença tão pequena que pode ser fruto apenas do acaso.
Novos medicamentos antivirais, imunomoduladores e anticorpos monoclonais anti-SARS COV-2 estão sendo considerados para avaliação.