Dados preliminares de eficácia de mais uma vacina contra a Covid-19 foram divulgados. Desta vez, foi o imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinopharm, que recebeu no início de maio a aprovação de uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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A liberação pela entidade internacional permite que a vacina faça parte do consórcio Covax Facility, programa global que fornece vacinas à diversos países. O Brasil é um deles.
Os resultados do estudo de fase 3 indicaram que a vacina produzida pelo laboratório da Sinopharm em Pequim oferece uma proteção de 78,1% contra casos sintomáticos da Covid-19. Ao levar em consideração os casos assintomáticos, a taxa de eficácia chegou a 73,5%.
A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA), na última quarta-feira (26). Até o momento, mais de 200 mil doses do imunizante foram aplicadas em diversos países, como a própria China. Na América Latina, Argentina, Bolívia, Peru e Venezuela já aprovaram o uso da vacina, de acordo com o Covid-19 Vaccine Tracker, desenvolvido por pesquisadores canadenses da Universidade McGill.
Vacina de vírus inativado
O imunizante em questão, conhecido por BBIBP-CorV, é produzido a partir do coronavírus inativado. Essa é a mesma estratégia usada na vacina de outra farmacêutica chinesa, a Sinovac, para a produção da Coronavac – produzida pelo Instituto Butantan e aplicada no Brasil.
As vacinas do tipo inativadas usam o vírus inteiro, porém desativado. Assim, é incapaz de causar a doença. Ao entrar em contato com esse vírus "morto", o sistema imune aprende a se defender.
Segunda vacina da Sinopharm
O estudo ainda trouxe os dados de outra vacina desenvolvida pela Sinopharm, mas pela subsidiária de Wuhan. Usando a mesma tecnologia, vírus inativado, esta segunda vacina apresentou uma eficácia de 72,8% contra casos sintomáticos e de 64% ao incluir casos assintomáticos.
Esse segundo imunizante ainda está em processo de solicitação do uso emergencial pela OMS. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores se basearam nos dados coletados no ano passado de mais de 40 mil voluntários de dois países: Emirados Árabes e Bahrein.
Divididos em três grupos (os que receberam a vacina da Sinopharm/Wuhan; os que receberam o imunizante da Sinopharm/Pequim e o grupo controle), os pesquisadores identificaram 142 casos sintomáticos da doença. No grupo que recebeu a vacina Sinopharm/Wuhan, 26 apresentaram a infecção. No grupo do imunizante Sinopharm/Pequim, apenas 21. Já no grupo controle, que não recebeu nenhuma das duas vacinas, foram identificados 95 casos de Covid-19.