Governo de São Paulo divulgou nessa segunda (11) que eficácia global da vacina Coronavac será divulgada na terça-feira (12)| Foto: Artem Podrez/Pexels
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A taxa de 78% de eficácia da Coronavac divulgada na última quinta-feira (7) pelo Instituto Butantan é referente somente a um recorte do estudo e não corresponde ao índice geral de eficácia, aquele que considera todos os dados da pesquisa e geralmente usado como principal indicador de resultado de vacinas.

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Esse índice geral, que deve ser divulgado nesta terça-feira (12), segundo o governo paulista, deve ficar abaixo dos 78%, disse Esper Kallas, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do centro da pesquisa da Coronavac no Hospital das Clínicas.

"O que dá para dizer é que a eficácia de 78% é para aqueles casos leves que precisaram de alguma intervenção médica – classificados como nível 3 na escala da Organização Mundial da Saúde (OMS). Gostaríamos de ver os dados também para o nível 2, que são aqueles infectados que evoluíram bem em casa e não precisaram de atendimento médico", afirma.

Kallas diz que, quando for considerada na análise a totalidade dos casos de Covid-19 registrados entre os voluntários, inclusive os de pacientes nível 2, a tendência é que a eficácia final seja menor. Isso porque, como a vacina parece ser mais eficaz para diminuir casos mais graves, se for incluído na análise o grupo de pacientes com os quadros mais leves, a diferença entre placebo e vacinados tende a ser menor. "Você dilui essa eficácia e ela deve ficar menor. Se for nessa direção, é coerente com o efeito biológico", diz.

Desempenho

O especialista destacou que os dados apresentados até agora já mostram um ótimo desempenho da vacina contra casos que precisam de intervenção médica ou hospitalização.

Questionado, o Instituto Butantan afirmou que "todos os dados necessários para o registro da vacina serão submetidos à Anvisa e publicados em revista científica" e destacou que o estudo "foi complexo e permite essa apresentação detalhada de resultados por tipo de caso".

Ainda segundo o instituto, os resultados "demonstram inequivocamente que a vacina é extremamente eficaz, evitando formas graves e até moderadas da doença".

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Anvisa pede mais documentos

Neste fim de semana, a Anvisa avisou que concluiu a triagem inicial dos documentos fornecidos tanto pelo Instituto Butantan, para a vacina desenvolvida pela Sinovac, quanto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca.

Embora a segunda tenha todos os documentos e informações essenciais para a análise o imunizante, a agência alertou o Butantan sobre a ausência de alguns documentos. "O Instituto foi informado sobre a necessidade dos documentos complementares, essenciais à análise e conclusão sobre a eficácia e segurança da vacina. Na oportunidade, foram discutidos prazos e cronogramas para a apresentação dos dados faltantes", informa nota da Anvisa.

Em nota, o Instituto Butantan informou que permanece fornecendo todos os documentos necessários para o registro. "O fato da Anvisa solicitar mais informações, que estão sendo prontamente atendidas pelo Butantan, não afeta o prazo previsto para autorização de uso do imunobiológico. Os pedidos de novos documentos ou mais informações são absolutamente comuns em processos como esses", diz o instituto.

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