Resultados preliminares do estudo clínico foram divulgados pela CureVac, e demonstram uma eficácia abaixo do recomendado pela OMS.| Foto: Divulgação/CureVac
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O laboratório alemão CureVac divulgou, nesta quarta-feira (16), os dados preliminares do estudo clínico que avaliava a eficácia da candidata à vacina contra a Covid-19, e os resultados não foram tão positivos. O imunizante CVnCoV demonstrou uma eficácia de 47%, não atingindo o percentual indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de pelo menos 50%.

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De acordo com comunicado divulgado pela empresa, uma análise inicial sugere que a eficácia da vacina estaria dependente tanto da idade dos participantes, quanto das variantes em circulação.

Dos 134 casos de Covid-19 identificados nos participantes do estudo clínico, 124 foram sequenciados. Apenas um caso foi atribuído à cepa original do Sars-CoV-2 e, os demais, às variantes. Mais da metade (57%) era de variantes denominadas de "preocupação".

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Sobre a idade, a empresa destaca que os dados interinos sugerem uma eficácia em pessoas mais jovens, mas o estudo não concluiu os resultados acima dos 60 anos de idade.

A pesquisa envolveu mais de 40 mil voluntários em 10 países na Europa e na América Latina. Os pesquisadores conduzirão o estudo por mais algumas semanas, até atingirem o número total de casos de 160, conforme o protocolo da pesquisa clínica.

"Embora nós esperávamos por um resultado interino mais forte, reconhecemos que demonstrar alta eficácia nesta diversidade de variantes sem precedente é desafiador. Enquanto continuamos em direção à análise final com o mínimo de 80 casos adicionais, a eficácia geral da vacina pode mudar", disse Franz-Werner Hass, CEO da Curevac em comunicado da farmacêutica divulgado no site.

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Vacina da CureVac do tipo RNAm

A tecnologia usada pela CureVac no desenvolvimento da vacina é a mesma usada pela Pfizer/BioNTech e Moderna: RNA mensageiro. Assim, o imunizante entrega para o sistema imunológico uma parte do RNA do coronavírus, que contém informações para a produção de uma proteína do vírus. Uma vez produzida esta proteína, o sistema imune aprende a se defender.

O laboratório trabalha com o RNA mensageiro há 20 anos, e começou a desenvolver a vacina contra a Covid-19 bem no início da pandemia, ainda em janeiro de 2020. Ao contrário das outras farmacêuticas, a CureVac havia conseguido que a vacina tivesse estabilidade para ser armazenada a uma temperatura de 5 graus Celsius — ao contrário da vacina da Pfizer que, inicialmente, precisava ser mantida a 80 graus Celsius negativo.

A dosagem da vacina da CureVac também era menor. Com isso, permitiria uma maior produção, mas a um custo mais baixo.