A partir dos seis meses de idade, as crianças estão liberadas pelos médicos pediatras e dermatologistas para se exporem ao sol, desde que com restrição e usando sempre os fotoprotetores – sejam eles físicos ou químicos, como os vendidos em farmácias.
Quem tenta aproveitar o tubo tamanho “família” para incluir, de fato, todos os membros, deve repensar a prática. Isso porque os produtos voltados às crianças têm benefícios extras como maior resistência à água (e todo pai sabe como o mar, a piscina ou o lago atraem os filhos) e FPS (fator de proteção solar) mais altos.
Associado a isso está o fato de que a pele das crianças é mais sensível aos efeitos danosos do sol, e cabe aos pais protegerem os filhos das primeiras queimaduras. Serão essas que favorecerão o desenvolvimento de doenças, como o câncer de pele, no futuro, conforme lembra Clarissa Prati, médica dermatologista, assessora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“O risco de desenvolver o câncer de pele aumenta com o tempo de exposição direta ao sol, porque os danos do raio UVA são acumulativos, e relacionados ao número de queimaduras solares que a pessoa tiver ao longo da vida. E grande parte dessas queimaduras acontece na infância, justamente porque no passado havia uma falta de informação e cuidado, que acaba impactando na atenção à pele”, reforça a médica.
Quanto protetor aplicar
Uma das dúvidas mais comuns no consultório dos dermatologistas é a da quantidade de protetor solar que deve ser aplicado para uma proteção completa, segundo Prati.
A equivalência que os pais devem ter em mente, de acordo com a especialista, é a chamada FTU, sigla em inglês que, em português, significa “unidade de ponta de dedo”.
Essa unidade representa uma “tira” de protetor solar aplicado no dedo indicador da mão de um adulto, e deve ir da ponta do dedo até a base, quase próximo da base do dedão. Embora pareça pouco, o produto posto nessa quantidade consegue proteger uma área de pele duas vezes maior que a palma da mão fechada.
Dependendo do tamanho das crianças, essa quantidade pode ser mais que suficiente para todo o corpo. “Uma criança com até dois anos de idade usaria uma colher e meia de chá a cada aplicação do fotoprotetor”, exemplifica a médica.
Prati lembra ainda que, depois de a criança tomar banho de mar ou de piscina, é importante fazer a reaplicação do produto.
Roupa fotoprotetora
Cada vez mais comuns nas praias e piscinas são as roupas de banho para crianças que, além de protegerem uma maior área do corpo, cobrindo braços e tronco, contêm fotoproteção.
Assim, nas áreas cobertas pela roupa, não se faz necessário o uso do protetor químico, embora os pais não devam se esquecer de outras partes descobertas, como nuca, pescoço, orelha, coxas, pernas e pés.
“[Os pais devem ver se as roupas] apresentam nas etiquetas o registro de regulamentação que comprove a proteção. Grande parte das marcas vendidas no Brasil, sejam nacionais ou importadas, tem esse registro. De forma geral, são seguras e muito práticas, mas é importante priorizar aquelas com mangas longas, que protegem o braço todo”, diz a dermatologista.
Bonés, chapéus e óculos escuros também devem ser incluídos na lista de proteção ao sol das crianças. “Há crianças que, mesmo com três anos, têm pouco cabelo ou o fio mais curto, então o chapéu é importante. Os óculos, que são mais difíceis de fazer a criança aderir, também fazem parte desse processo”.
Vale ainda a recomendação do horário: evitar exposição solar entre 10 e 15 horas.