Entre pessoas que tiveram a Covid-19, a vacinação com a Coronavac, imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac e, no Brasil, pelo Instituto Butantan, aumentou a quantidade de anticorpos neutralizantes em duas vezes, e multiplicou em 4,4 vezes o nível do anticorpo imunoglobulina G, ou IgG. As informações são da Agência Brasil.
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O achado foi de pesquisadores da Universidade Médica de Chongqing, na China, e os resultados foram divulgados na publicação científica Cell Discovery, do grupo britânico Nature, no início de agosto.
Para tanto, os pesquisadores analisaram 170 amostras de sangue, coletadas de 85 pacientes com Covid-19, ao longo de um período de 12 meses. Os participantes tinham idades que variavam de 3 a 84 anos.
Após a análise dos anticorpos neutralizantes – aqueles capazes de impedir a entrada do vírus nas células –, cinco participantes com baixos níveis destes anticorpos receberam duas aplicações da Coronavac, com um intervalo de 21 dias. Como grupo controle, 19 pessoas saudáveis foram analisadas.
Nos resultados, o nível de anticorpos neutralizantes entre pessoas que tiveram a Covid-19 – que era de 36 um dia antes da primeira dose – subiu a 108 duas semanas após a segunda dose. Já no grupo controle, o indicador chegou a 56. Desta forma, a quantidade de anticorpos neutralizantes gerados pela vacina entre quem já havia se contaminado pela Covid-19 foi o dobro na comparação com quem não teve a doença antes da vacinação.
Com relação ao nível da imunoglobulina IgG, que era de 3,68 um dia antes da vacina, chegou a 47,74 duas semanas após a segunda dose da Coronavac. Uma quantidade 4,4 vezes maior que o nível de 10,81 identificado no grupo controle, que não teve a doença previamente.
Ao longo dos 12 meses de acompanhamento dos 85 pacientes analisados, os níveis dos anticorpos neutralizantes diminuíram de 631, no fim do primeiro mês, para 84 no último mês. No caso da imunoglobulina IgG, o indicador caiu de 28,6 para 7,2 no mesmo período.
"Nossos resultados revelam a durabilidade da resposta imunológica 1 ano depois da infecção natural pelo SARS-CoV-2, e os benefícios das vacinas inativadas para indivíduos recuperados da Covid-19. Fornece mais informações sobre características imunológicas das vacinas inativadas da SARS-CoV-2, e com isso irá contribuir com o desenvolvimento de vacinas e novas estratégias de vacinação", destacam os autores na publicação.