| Foto: Cristina Gottardi/Unsplash
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Basta ligar a televisão, o rádio ou abrir mensagens recebidas no celular para perceber o quanto a Covid-19 é séria e necessita da conscientização de todos para ser contida. Além disso, já é de conhecimento geral que o problema coloca em risco principalmente idosos, pois a taxa de mortalidade chega a 14% entre indivíduos da terceira idade. Mas parece que algumas pessoas continuam alheias a essa realidade. Na manhã desta terça-feira (24), por exemplo, várias pessoas acima de 60 anos continuaram realizando compras tranquilamente no mercado, passeando pelas ruas, indo à farmácia ou saindo trabalhar.

Portanto, de acordo com o gerontólogo Guilherme Falcão, já passou da hora de os familiares ficarem atentos ao comportamento de seus pais e avós, conversarem com eles a respeito da pandemia e agirem com carinho para protegê-los. “Nossos idosos precisam entender a gravidade da situação, então mostre a eles vídeos de especialistas, tire dúvidas que possam ter e prometa que, mesmo sem estar perto deles nas próximas semanas, vocês não perderão contato”, orienta.

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“Nossos idosos precisam entender a gravidade da situação"

Claro que alguns idosos podem resistir, afirmando que estão se sentido bem e desejam manter sua rotina normal, sem isolamento. No entanto, a família deve explicar que, mesmo com todos os cuidados que eles já têm e com uma saúde melhor que a de muitos jovens, ainda estão em perigo. “A recomendação é da Organização Mundial da Saúde (OMS) porque, se ele sair, vai encontrar pessoas que não têm a mesma imunidade dele e que poderão infectá-lo”.

Dessa forma, por mais que saibam se cuidar, ninguém quer correr o risco de perdê-los, então a família precisa que eles fiquem em casa por precaução. “E é o amor que vocês têm por seus pais e avós que deve motivar essa insistência”, pontua o especialista, que também solicita a compreensão dos idosos neste momento. “Seus filhos e netos estão pedindo isso porque querem que você tenha muitos anos de vida ainda, então aceitem por amor a eles”.

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Como manter contato com os idosos?

Assim que os idosos concordarem com a quarentena, a família deverá se unir para atender às necessidades deles e garantir, com todo cuidado, que não se sintam sozinhos. “Começamos a ligar e enviar mensagens diariamente”, relata o comerciante José Carlos Cocci. “E hoje mesmo liguei cedo perguntando o que precisavam dentro de casa, anotei todos os itens e já fui ao mercado comprar”.

Filho da paranaense Mercedes Cocci, de 90 anos, ele e seus irmãos perceberam o quanto a mãe era suscetível ao novo coronavírus devido aos problemas de coração que enfrenta, então conversaram com ela e a incentivaram a permanecer em isolamento com a filha mais velha, de 69 anos. “Como as duas já estavam preocupadas com a doença, aceitaram fazer a parte delas, enquanto também fazemos a nossa, saindo apenas por motivo de extrema necessidade”, garante.

E durante essas saídas urgentes ao mercado, por exemplo, ele e os demais membros da família fazem questão de deixar as compras na porta da casa da idosa, sem terem contato físico com ela. Depois, ligam para conversar e enviam mensagens, mostrando que estão preocupados. “Isso é ótimo e necessário, mas os parentes devem tomar cuidado com os tópicos dessas conversas para não ficarem somente falando do coronavírus”, aponta o gerontólogo, ao indicar também o envio de vídeos engraçados, músicas que os avós gostem, filmes alegres e outros assuntos que lhes deem ânimo.

“Pergunte como eles lidavam com doenças no passado, peça que contem a respeito de conquistas que tiveram e de como lidaram com situações complicadas da vida”, sugere o especialista. “Enfim, resgate da memória deles o que puder trazer esperança, principalmente as recordações de carinho que vocês têm em família”.

Com certeza, esses momentos à distância farão diferença durante o período de isolamento, manterão os idosos com boa saúde emocional e ainda com bastante saudade de abraçar toda a família quando a crise terminar.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]