No momento em que a criança pode comer de tudo, o ideal é ter equilíbrio.| Foto: Bigstock
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Cada etapa na vida das crianças é uma nova descoberta. A partir dos 2 anos, com relação à alimentação, um mundo de possibilidades se abre porque as restrições a sal e açúcar, indicadas até então, deixam de existir.

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É a partir dessa idade que o cardápio da criança deve ter todo tipo de alimento, permitindo que os filhos possam, então, comer a mesma coisa que os adultos, facilitando a rotina da casa. Só que, como tudo na vida, equilíbrio é fundamental.

A gastropediatra e nutróloga Denise Tiemi Miyakawa explica que nessa fase do desenvolvimento, a criança deve fazer de cinco a seis refeições por dia, incluindo as três principais: café da manhã, almoço e jantar. A quantidade de comida varia muito de pessoa para pessoa, mas deve ser algo que a deixe alimentada por 3 ou 4 horas. Mais importante do que a quantidade é a variedade dos alimentos.

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Rejeitar é normal

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“É muito comum que a criança tenha uma certa seletividade alimentar porque, nessa fase, tudo que é novo eles tendem a rejeitar”, explica a médica, que destaca a importância de insistir: “a neofobia é transitória e só passa ao ofertarmos alimento”.

Disponibilizar uma gama variada de texturas e sabores nessa etapa é importante porque esses hábitos alimentares ficam para sempre, de acordo com a endocrinologista Rosângela Réa.

Comida de verdade

Leite, queijo, feijão e frutas são essenciais. Legumes e verduras também devem estar presentes em pelo menos duas refeições. E se a vontade de oferecer um docinho for grande, não precisa ser logo um pirulito ou bolacha recheada.

Rosângela indica que sejam ofertados doces feitos em casa, como um bolo, por exemplo, com ingredientes 'de verdade' e menos processados. Pode tudo, mas com moderação e bom senso.

Outra dica da médica é saber como perguntar o que a criança quer comer, dando opções. “Não se pergunta se no lanche ela quer uma fruta, pergunta se de lanche ela quer maçã ou banana. No almoço você pergunta se ela quer brócolis ou couve-flor”, exemplifica. Assim, já fica bem claro o que precisa estar no prato.

Fazer boas escolhas nutricionais também é relevante. A falta de refeições balanceadas pode ser prejudicial à saúde. “Uma seletividade exagerada pode provocar uma queda na curva de crescimento, além de todos os problemas relacionados a deficiências vitamínicas”, alerta Denise. Por isso o acompanhamento com o pediatra é fundamental, também para discutir a rotina alimentar das crianças.

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Sem drama ou neurose

E se por acaso a criança não quiser comer, tem que ter jogo de cintura. A orientação da pediatra é não substituir a refeição. “A criança entende que se substituir uma vez, pode substituir sempre. Tem que conversar e explicar que precisa almoçar, fazer as refeições em família”, ensina.

Rosângela concorda que esses momentos servem, também, para o aprendizado da criança. “Com adultos na mesa elas tendem a se comportar melhor porque querem copiar a postura, o uso dos talheres”, conta.

Essa fase em que todos os grupos alimentares estão liberados na dieta precisa ser prazerosa, defende a endocrinologista, evitando o aparecimento de futuros transtornos. “Fazendo tudo com equilíbrio a criança estabelece uma boa relação com a comida”, conclui.