Foram 16 dias de intubação e sete utilizando ECMO, ficaram e sequelas que atingiram os movimentos de mão e pé.| Foto: Arquivo pessoal/Robert Gessner Junior
Ouça este conteúdo

Robert Gessner Junior, professor de química da rede estadual e particular de ensino ficou 35 dias internado durante as festividades de fim de ano, devido à contaminação pelo novo coronavírus. Foram 16 dias intubado e sete utilizando a ECMO (Membrana de Oxigenação Extra Corpórea).

Siga o Sempre Família no Instagram!

Dentre as sequelas pós-Covid, o professor adquiriu a síndrome de Guillain-Barré, com atrofia do pé esquerdo e limitação dos movimentos da mão esquerda, dificultando sua locomoção e demais ações. “De acordo com minha médica neurologista os movimentos irão melhorar aos poucos, podendo chegar à normalidade, ainda que não de forma total”, explica ele. 

Recuperado, mesmo permanecendo com sequelas, Robert retornou às salas de aula de modo presencial com um misto de sentimentos, como conta: “Foi muita emoção, muita alegria, era um misto de sentimentos porque eu amo o que faço e queria muito voltar a trabalhar. Graças à Deus eu consegui. Claro que existe um pouco de medo por causa das limitações, como tropeçar e cair, mas eu vou com calma e assim tudo vai dando certo”. 

Tanto o apoio no ambiente de trabalho, como no familiar foram imprescindíveis para a superação das dificuldades, sejam elas oriundas das sequelas ou dos medos por nova contaminação, facilitando o retorno de Robert ao trabalho.  

“É muito bom estar ao lado da minha família. Eles sempre me apoiaram e incentivaram para retornar ao trabalho, para eu não me desanimar pelas minhas limitações e dificuldades, sempre seguindo em frente. Eles contribuíram de uma maneira inexplicável desde o início do tratamento até agora, no retorno às minhas atividades”, conta Robert.

CARREGANDO :)
CARREGANDO :)

Suporte para a retomada

CARREGANDO :)

Rosane Melo Rodrigues, psicóloga do Hospital Marcelino Champagnat, explica que é comum que o retorno a atividades presenciais gere desconforto, insegurança e até mesmo medo, diante do contexto pandêmico em que estamos vivendo.

E para quem já teve a Covid-19 ou perdeu alguém para a doença, esse sentimento é ainda mais forte. “Vamos precisar de muito tempo para perder o medo da contaminação, até porque foram muitas vidas perdidas de uma forma extremamente abrupta”, diz ela.

Contudo, é preciso buscar formas de encarar o medo de sair de casa e buscar uma vida mais comum possível. A psicóloga alerta que muitas pessoas acabaram adquirindo transtornos ao longo desses 18 meses de pandemia, e muitos são associados ao constante medo da contaminação.

Portanto, além de uma intervenção profissional, nesse momento de superação, é imprescindível a motivação e apoio familiar, como tem acontecido ao Robert. Rosane acreidta que é preciso demonstrar a importância do convívio com outras pessoas, sempre mantendo os cuidados básicos, independentemente de já se ter passado pela contaminação ou não.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade

Cuidados redobrados

Apoiado pela escola onde leciona, Robert mantém os cuidados. "Eu levo o álcool em gel no meu jaleco, passo o tempo inteiro nas mãos e não tenho nenhum contato com aluno, pois o que eles precisam me mostrar, ainda que estejam em modo presencial, o fazem através da plataforma. E se não têm acesso à internet durante a aula, realizam quando chegam em suas casas”, conclui.