Veja a diferença entre as técnicas de cirúgias bariátricas mais realizadas no Brasil: gastrectomia vertical (sleeve) e bypass gástrico.| Foto: Bigstock
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As cirurgias bariátricas se popularizaram, mas as técnicas mais usadas não são parecidas e indicações e limitações existem para cada uma delas. E isso exige um bom profissional ao lado para ajudar a escolher o melhor procedimento para cada caso.

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Entre as técnicas mais realizadas no Brasil estão a gastrectomia vertical, chamada de “sleeve” e o bypass gástrico, conhecido como Fobi-Capella, que é o nome dos criadores desta cirurgia. “A gastrectomia reduz 70% da capacidade do estômago, transformando-o em um tubo fino como uma banana, restringindo o volume que o paciente poderá ingerir”, explica Caetano Marchesini, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica. “Por outro lado, o bypass desvia uma parte do estômago e intestino, sem retirar nada, criando um “novo estômago” que desvia o fluxo do alimento para o intestino adiante do estômago antigo, sendo uma técnica totalmente reversível”, diz ele, que é o atual diretor científico da sociedade.

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Critérios consagrados

Além da diferença de técnica usada, determinadas cirurgias bariátricas são indicadas para determinados pacientes, diz Marchesini, citando que é sabido já que algumas técnicas ou terão resultados melhores, ou não poderão ser feitas em alguns casos. “A gastrectomia vertical, por exemplo, é cirurgia de primeira escolha quando pacientes apresentam cirrose hepática ou osteoporose e o bypass gástrico é consenso como a melhor cirurgia para tratamento da diabetes tipo 2”, explica ele.

Quanto a aspectos restritivos, alguns perfis de pacientes específicos podem pesar na hora de escolher a melhor técnica. “A gastrectomia vertical não deve ser feita em pacientes com doença do refluxo grave e o bypass não deve ser feito em pacientes com doenças inflamatória do intestino delgado ou pacientes que têm osteoporose”, cita Marchesini.

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Quando considerar a cirurgia contra a obesidade

A perda de peso não é nem o único, nem o mais importante motivo que leva às cirurgias. “A saúde é o primeiro e mais importante objetivo, pelo poderoso efeito positivo da intervenção, que melhora doenças como hipertensão arterial, diabete tipo 2 e dislipidemia (doença do colesterol e triglicerídeos elevado no sangue)”, cita o cirurgião, assinalando que obesos operados tendem a não precisar mais de medicações ou reduzi-las de modo expressivo. “Em idosos, há um ganho extra em relação à mobilidade que realmente impressiona”, diz ele, assinalando que além de ser incapacitante, a obesidade está associada ao câncer e cirrose hepática, doenças graves que também podem ser prevenidas com a cirurgia bariátrica.

Quem pode fazer

Pacientes com índice de massa corporal (IMC, que é o número fruto da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado) acima de 40 tem indicação da cirurgia. “Isso também vale para IMC entre 35 e 39,9 associado a pressão alta, diabete, colesterol e triglicerídeos altos ou doenças ortopédicas como problemas de coluna, joelhos, quadril ou tornozelo”, diz ele, que lembra que desde 2017 o Conselho Federal de Medicina regulamentou a cirurgia também para pacientes com diabete tipo 2 com IMC entre 30 e 34,9. “Nesses parâmetros, pode-se procurar um cirurgião para conversar sobre tratamentos disponíveis e seus resultados”, diz ele.