Alimentos contêm organismos patogênicos que podem, ou não, causar odores fortes| Foto: Bigstock
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É comum, no dia-a-dia, cheirar alimentos há muito guardados ou após o vencimento, para tentar perceber se ainda estão bons para o consumo. Mas essa prática comum nem sempre garante a qualidade.

Isso acontece porque, na microbiologia, há uma distinção entre três micro-organismos que podem ser encontrados nos alimentos: os benéficos, os deteriorantes e os patogênicos. Os dois últimos são os que podem causar reações ou algumas doenças ao serem consumidos. Enquanto os deteriorantes causam alguma mudança visual, de consistência ou de odor, os patogênicos agem sem produzir alterações.

"Muitas vezes quem causa a doença é o micro-organismo patogênico, que não altera fisicamente o alimento", alerta a nutricionista Mariana Etchepare, professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo.

Se o alimento apresentar um cheiro diferente do comum, ele não deve ser consumido. Agora, mesmo que ele apresente o odor de sempre, ainda pode estar em degradação. Por isso, o "teste" do olfato não é confiável. Recomenda-se consumir os produtos dentro do prazo de validade indicado no rótulo. Além de estar atento às condições de armazenamento, também presentes na embalagem. Local e temperatura indicados constam na maioria dos produtos.

Um prato comum na mesa e no cotidiano do brasileiro, o arroz, é um exemplo disso. Se, após o preparo, não for armazenado da forma correta, ele terá uma bactéria (Bacillus Cereus) se proliferando, o que pode ser prejudicial à saúde, mesmo que não haja alteração no cheiro ou no visual dos grãos. Do momento do almoço até o jantar, é tempo suficiente para que essa mudança ocorra, segundo a especialista.

A forma correta de manter o arroz "saudável" para uma próxima refeição é não esperar que ele esfrie em temperatura ambiente, mas guardá-lo na geladeira logo após a refeição.

CARREGANDO :)
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Sem deixar esfriar

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Além de confiar plenamente no nariz na hora de decidir se um alimento está ou não em bom estado, outro erro comum na cozinha é esperar que os alimentos esfriem para, somente então, guardá-los na geladeira ou freezer.

Isso acontece por uma crença de que a comida quente possa causar dano ao refrigerador, o que não ocorre. "O alimento deve ser acondicionado corretamente, em vidro ou plástico, mesmo que quente, e deve ser colocado imediatamente na geladeira. O problema de esperar esfriar é que, durante a lenta redução de temperatura, quando fora da geladeira há uma multiplicação de micro-organismos. Então, essa mudança de temperatura tem que ser feita o mais rapidamente possível", aconselha a nutricionista, que também é doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Separar é preciso

Ainda há outros erros comuns ao usar a geladeira e que podem causar a contaminação cruzada, mas que pode ser evitada separando de forma correta os alimentos. A contaminação cruzada acontece quando alimentos de diferentes origens (industrializados ou não, de animais ou frutas e verduras) passam algum micro-organismo para outro.

Os refrigeradores têm diferentes temperaturas em suas áreas, sendo mais intenso de cima para baixo, com a porta ficando com os níveis mais baixos.
 
"Na parte superior é recomendado acomodar alimentos industrializados, como queijo e iogurte, já comprados refrigerados", comenta Etchepare. Na área mais abaixo, são indicados os alimentos cozidos prontos para consumo próximo, como carnes e peixes em processo de descongelamento.

"Nas gavetas, frutas e legumes. E na porta da geladeira, aqueles alimentos industrializados, como molhos, temperos, que você compra no mercado mas que não estão na área refrigerada", finaliza.

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Nada de cinco segundos

Aquela famosa regrinha dos "cinco segundos" é outro costume que não deve ser levado a sério. Se o alimento caiu no chão, é melhor descartá-lo, não importa o quão rápido ele foi recuperado.

"Caiu no chão, [há] muita probabilidade de ter se contaminado. Porque não sabemos se a superfície está bem higienizada", avisa a nutricionista.