O número de casos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida inicialmente notificados no Reino Unido continua a aumentar e chega a 169 casos confirmados em 11 países, um deles fatal, segundo relatado neste sábado (23) à Organização Mundial da Saúde (OMS), que emitiu recomendações para lidar com este alerta sanitário.
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A maioria dos casos foi registrada na Europa, exceto 9 nos Estados Unidos e outros 12 em Israel. O Reino Unido é o país com mais notificações (114), seguido da Espanha (13), segundo relatório da OMS.
Os Centros de Conrole de Doenças do Estados Unidos (CDC) emitiriam na quinta-feira passada (21) um alerta nacional para os casos. " Os sintomas de hepatite, ou inflamação do fígado, incluem febre, fadiga, perda de apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes de cor clara, dor nas articulações e icterícia e podem ser causados por vírus", diz o alerta, que assinala que, comumente, o adenovírus tipo 41 se apresenta como diarreia, vômito e febre, muitas vezes acompanhados de sintomas respiratórios.
Transplante pós-hepatite
Uma organização com sede em Genebra indicou que 17 das crianças afetadas (aproximadamente uma em cada 10) precisarão de um transplante de fígado após contrair essa nova doença, que geralmente causa dor abdominal, diarreia e vômito e, segundo a OMS, pode ser causada por um adenovírus, talvez tipo 41.
A OMS observou que ainda não está claro se houve um aumento de casos ou se é um padrão normal que não foi detectado até agora, mas a organização expressou preocupação de que um adenovírus, normalmente associado a doenças respiratórias leves, possa estar causando inflamação aguda do figado.
Os primeiros 10 casos desta hepatite aguda foram notificados pelo Reino Unido à OMS até 5 de abril, em crianças previamente saudáveis com menos de 10 anos de idade.
A idade das pessoas afetadas varia entre um mês e 16 anos, na maioria dos casos não há febre, e no menor tempo os vírus normais associados a essas doenças (hepatite A, B, C, D e E) foram detectados, detalha a OMS.
Foram detectados adenovírus em 74 dos casos (18 deles especificamente com adenovírus 41, antes raramente ligados a casos de hepatite), e em 20 delas também o vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19.
Diante desse aumento anômalo de casos de hepatites de origem desconhecida, a OMS pede às redes de saúde que identifiquem os casos para que continuem as investigações e tomem medidas preventivas.
Nesse sentido, recomenda medidas já tomadas durante a pandemia de Covid-19 (como lavagem frequente das mãos e tosse) e exames de sangue, urina, urina e fezes dos infectados para analisar e sequenciar os possíveis vírus causadores.
Por outro lado, a OMS não recomenda a adoção de medidas restritivas à entrada e saída para o Reino Unido ou outros países afetados, pelo que não foi identificado que as viagens internacionais estejam relacionadas com a proliferação de casos.