Ao olhar para mais de 33 mil casais heterossexuais do Japão e da Holanda, pesquisadores dos dois países perceberam semelhanças nas taxas de colesterol e triglicerídeos e até mesmo na incidência de certas doenças, como hipertensão e diabetes. Ou seja, homens e mulheres em um relacionamento tendem a apresentar um quadro de saúde mais parecido do que na média da população.
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Para chegar a esses resultados, foram analisadas as informações de 5.391 casais a partir de duas bases de dados – a Tohoku Medical Megabank Organization (ToMMo) e a Lifelines. As idades médias dos homens e das mulheres holandesas eram de 50 e 47 anos, respectivamente. Já as dos participantes japoneses, 63 e 60 anos.
De acordo com os pesquisadores, similaridades significativas foram encontradas em diferentes fatores de risco cardiometabólicos. Eles exibiam um risco aumentado para hipertensão quando elas apresentavam a doença, por exemplo. O mesmo foi visto para a síndrome metabólica (MetS), um conjunto de alterações que favorece problemas cardiovasculares. “Maridos cujas esposas tinham MetS apresentavam uma probabilidade 70% maior [da mesma condição]”, destacam os autores, no artigo.
Dia a dia em comum
Também foram encontradas semelhanças nos hábitos, como consumo de bebida alcoólica e cigarro. Casais entre 20 e 39 anos, por exemplo, tiveram maior “concordância” (ambos consumiam) para o tabagismo.
Entre os países, no entanto, algumas discrepâncias foram apontadas. Os casais holandeses, por exemplo, demonstraram maior similaridade em traços antropométricos (físicos) e hábitos de vida do que os japoneses. Segundo os autores da pesquisa, publicada no periódico Atherosclerosis, características culturais estariam por trás desse achado.
Orientações aos casais
Apesar da alta similaridade no estilo de vida, muitas das correlações ocorreram entre casais com uma baixa semelhança genética. Isso ressalta a importância da escolha de hábitos saudáveis. “Ao longo do relacionamento, os casais podem ter uma performance similar com as atividades físicas devido a fatores ambientais compartilhados (por exemplo, acesso a uma academia) e interação entre o casal”, explicam os cientistas envolvidos na investigação.
De acordo com eles, intervenções dirigidas aos cônjuges para mudança de estilo de vida seriam mais efetivas. E isso, por sua vez, reduziria o risco de diferentes doenças.