Laboratório em nova fábrica que produzirá a vacina da Sinovac contra a Covid-19, em Pequim, China, 24 de setembro| Foto: WANG ZHAO / AFP
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O Instituto Butantã ampliou os testes da vacina chinesa Coronavac para mais 4 mil voluntários e quatro cidades brasileiras. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25) o diretor da instituição, Dimas Covas, também detalhou que a expectativa é obter eficácia de ao menos 50% para prosseguir com o pedido de liberação da vacina contra a Covid-19.

O diretor do Butantã também explicou que será aberto um pedido de análise interina da eficiência da Coronavac quando forem identificados 61 casos do novo coronavírus entre os agora 13 mil voluntários (pois parte deles recebeu um placebo). Caso o resultado não seja suficiente, será solicitada uma análise primária quando chegar a 164 casos.

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Segundo Dimas Covas, o laboratório chinês Sinovac, que desenvolve a vacina, liberou o acesso à fábrica na China para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a partir de 20 de outubro, a fim de facilitar o processo de aprovação da substância no Brasil.

Ele também voltou a dizer que a expectativa é que a vacina esteja pronta e disponível para ser aplicada ainda em dezembro deste ano. Além disso, citou novamente o resultado da aplicação emergencial em 50.027 chineses, dos quais 94,7% não teriam relatado qualquer tipo de efeito colateral. Segundo o governo, São Paulo deve receber 60 milhões de doses até fevereiro.

Conforme anunciado, o imunizante passará a ser testado em Barretos, no interior paulista, em Pelotas (RS), em Campo Grande (MS) e em Cuiabá (MT). Além dessas localidades, ele já foi aplicado em outros centros de pesquisa de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal.

Os testes continuam restritos a profissionais de saúde, mas, dessa vez, serão ampliados também para aqueles que já tiveram a doença, o que se deve ao aumento de registros de reinfecção no mundo. Ao todo, 13 mil voluntários receberão o imunizante até 15 de outubro.

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Segundo Doria, o primeiro lote com 5 milhões de doses da Coronavac chegará a São Paulo ainda em outubro. Pelo cronograma do estado, o Butantã deve produzir mais 40 milhões de doses até 21 de dezembro, com expectativa de outras 55 milhões até maio de 2021.

Especialistas têm apontado que, além da comprovação da eficácia e da segurança da vacina, a imunização em massa também terá desafios logísticos, como estratégias de produção, distribuição e aplicação do produto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já disse não prever imunização em massa antes de 2022.

Corrida pela vida mobiliza laboratórios e governos

O acordo firmado com a Sinovac permite a transferência de tecnologia ao Butantã, que poderá também produzir a vacina. No fim de agosto, o governo paulista também pediu pelo menos R$ 1,9 bilhão do Ministério da Saúde para ampliar a previsão de entrega da vacina Coronavac no próximo ano, de 60 milhões para 120 milhões de doses. Doria disse nesta quarta-feira que o governo federal prometeu liberar o primeiro lote de R$ 80 milhões para apoiar o processo de produção.

Já o governo federal assinou acordo com a farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve com a Universidade de Oxford (Reino Unido), um imunizante que também está na fase 3 dos ensaios clínicos, com humanos. Esse contrato também prevê transferência de tecnologia, para a fabricação de doses no Brasil.

Por sua vez, os governos de Paraná e Bahia fecharam parceria com a Rússia para testar a vacina Sputnik V, também em fase final de testes. Ainda segundo infectologistas, ter mais de um imunizante contra a doença pode ser necessário para garantir proteção mais ampla da população.

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