Os Estados Unidos ocupam, atualmente, a posição de epicentro da Covid-19 devido ao alto número de casos da doença. O Brasil, porém, pode ter ultrapassado essa linha. A culpa estaria na subnotificação dos casos.
Estudo do grupo Covid-19 Brasil, que reúne pesquisadores independentes de várias instituições de ensino no país, mostra que até o dia 28 de abril, o Brasil teria 1.201.686 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Oficialmente, o país tinha, na mesma data, 71.886 casos.
Seria, portanto, uma notificação 16 vezes menor do que a estimativa, levando em consideração o baixo número de testes que o Brasil realiza na população. De acordo com dados do grupo de estudos, o país realiza cerca de 1,5 mil testes por um milhão de habitantes.
Em comparação, os Estados Unidos realizam 22 mil testes por um milhão de habitantes. Dados do WorldoMeter mostram que as ilhas Faroé, território dependente da Dinamarca, são as que mais testam: 166 mil por milhão de habitantes. Em seguida, estão Islândia e a Liga das Nações Árabes, com 147 mil e 121 mil testes por um milhão de habitantes, respectivamente.
Brasil x Estados Unidos
Nesta terça-feira (5), os Estados Unidos contabilizam, segundo números divulgados pelo Centro de Pesquisa da Universidade Johns Hopkins, 1.181.885 casos da doença. Já o Brasil, na mesma tabela, possui 108.620 pessoas contaminadas.
Levando em consideração o número de subnotificação apontado pelo grupo Covid-19 Brasil, o país teria hoje 1.815.751 casos. Número este que soma 633 mil pessoas infectadas a mais pelo novo coronavírus que os norte-americanos.
Subnotificação confirmada no país
O Ministério da Saúde já havia confirmado que haveria uma subnotificação dos casos da doença no Brasil. Outros estudos indicavam uma variação de 12 a 15 vezes maior que o número real, divulgado nas coletivas da pasta.