A farmacêutica alemã Bayer afirmou nesta quarta-feira (6), em comunicado, que assinou um acordo de colaboração e serviços com a CureVac, a fim de auxiliar a empresa no suprimento e desenvolvimento de sua vacina contra a Covid-19, além de "operações territoriais chave" relacionadas ao imunizante.
Segundo o comunicado, a Bayer atuará nas áreas de operações clínicas, relações regulatórias, farmacovigilância, informação médica, performance da cadeia de suprimento e no suporte a países específicos.
Sob os termos do acordo, a CureVac será o titular da Autorização de Introdução no Mercado para o produto, enquanto a Bayer apoiará a empresa com operações em países da União Europeia (UE) e mercados adicionais selecionados. A Bayer ainda pode atuar como Titular da Autorização de Introdução no Mercado em outros locais fora da Europa.
O objetivo da parceria, segundo as empresas, é garantir o fornecimento de "centenas de milhões de doses" da vacina ao redor do mundo assim que o uso do produto for aprovado por agências reguladoras. "A necessidade de vacinas contra a Covid-19 é enorme. Estamos, portanto, satisfeitos em poder fornecer suporte significativo à CureVac no avanço do desenvolvimento e fornecimento de sua vacina candidata", disse o presidente da divisão farmacêutica da Bayer, Stefan Oelrich. Já o CEO da companhia, Franz-Werner Haas, disse que a parceria pode acelerar o processo de disponibilização do imunizante.
CureVac: como funciona?
A vacina da CureVac usa da mesma estratégia da vacina da Pfizer/BioNTech e da Moderna: o RNAm do vírus.
Para desenvolvê-la, os pesquisadores retiram um filamento do RNA do vírus, que contém as informações para a produção de uma proteína do coronavírus, e o entregam, embalado em uma capa de gordura ou outra substância, em forma de vacina.
O RNA entrega para as células humanas a "receita" da produção da proteína viral, que é produzida. Como se trata de uma proteína que não é produzida naturalmente pelo organismo humano, isso instiga as células de defesa a aprenderem a se proteger.
Em um regime de duas doses, aplicadas em um intervalo de 28 dias, a vacina chamada de CVnCoV vem sendo testada em mais de 35 mil voluntários, distribuídos por países da Europa (Espanha, Alemanha, Bélgica e Países Baixos) e da América Latina (Peru, Colômbia, Panamá, Argentina e México).