Portadores de asma mulheres, mais sedentários, obesos ou que apresentam sintomas de ansiedade e/ou depressão estão mais predispostos a piores resultados e controle desta doença crônica.
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Os resultados são de um estudo da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Newcastle (Austrália) feito com 296 pacientes com asma moderada e grave, que foram classificados em quatro grupos, de acordo com a atividade física, o grau de controle da doença, o peso e os níveis de ansiedade.
A conclusão, que faz parte dos estudos Identification of asthma phenotypes based on extrapulmonary treatable traits, publicado pelo European Respiratory Journal, e A Behavior Change Intervention Aimed at Increasing Physical Activity Improves Clinical Control in Adults With Asthma: A Randomized Controlled Trial, comprova que a prática regular de atividades físicas é um fator protetor para a hospitalização por asma.
“Até hoje, pensava-se que inatividade física e sedentarismo fossem consequências na vida dos asmáticos porque muitos acreditam que a falta de exercícios ajuda a prevenir os ataques, mas descobrimos que é justamente o contrário”, disse ao Jornal da USP, o professor Celso Carvalho, líder da pesquisa. Além de alterar esse ponto de vista, as pesquisas abrem perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos que não levem em conta apenas a parte respiratória da doença.
Comorbidades presentes
Além do desconforto respiratório, essas pesquisas também mostraram que asmáticos têm de lidar diariamente com os reflexos do comprometimento musculoesquelético, distúrbio psicológico, hipertensão, obesidade, doença do refluxo gastroesofágico e rinite, as mais prevalentes comorbidades a acometê-los, às quais se somam ainda a osteoporose, disfunção das cordas vocais, dislipidemia, doença intestinal, hipotireoidismo, diabete, dermatite, síndrome da apneia obstrutiva do sono e sinusite. Entre os pacientes estudados, 98% deles tinham pelo menos uma delas e 50% tinham mais de três delas.