Em três meses os anticorpos para o novo coronavírus permaneceram em três a cada quatro pessoas anteriormente positivadas para a doença.
O resultado é de uma pesquisa liderada pelo Imperial College London, da Inglaterra, feita com 365 mil pessoas e divulgada nesta terça-feira (27). Desse total pesquisado, 17.576 tiveram resultados positivos e cerca de 30% deles não relataram quaisquer sintomas de Covid-19. O número de pessoas com teste positivo caiu 26,5% durante o período de estudo, entre 20 de junho e 28 de setembro, de quase 6% para 4,4%.
O padrão de queda não foi visto em profissionais de saúde, o que pode indicar uma diferença da manutenção dos anticorpos de acordo com a exposição inicial repetida ou maior ao vírus, sugerem os autores. Não foi provado ainda que ter um teste positivo para anticorpos signifique imunidade a novas infecções.
A maior queda foi vista em indivíduos com 75 anos ou mais e também em quem teve suspeita de infecção, mas não sua confirmação, indicando que essa memória imunológica pode variar também de acordo com a gravidade da doença.
O professor Paul Elliott, diretor do programa no Imperial, disse em comunicado à imprensa: “Nosso estudo mostra que, com o tempo, há uma redução na proporção de pessoas com teste positivo para anticorpos. O teste positivo não significa que você seja imune à Covid-19, pois que não está claro qual nível de imunidade os anticorpos fornecem, ou por quanto tempo essa imunidade dura. Se alguém der positivo para anticorpos, ainda assim precisará seguir as diretrizes nacionais, incluindo medidas de distanciamento social, fazer um teste de esfregaço se apresentarem sintomas e usar coberturas faciais quando necessário ”.
Segundo a professora Helen Ward, uma das autoras principais do relatório, o estudo mostrou que a proporção de pessoas com anticorpos detectáveis está caindo com o tempo. "Ainda não sabemos se isso deixará essas pessoas em risco de reinfecção com o vírus que causa Covid-19, mas é essencial que todos continuem a seguir as orientações para reduzir o risco para si próprios e para os outros”, disse ela.