Principal problema é o baixo teor de álcool etílico nas amostras| Foto: Marcos Solivan/Sucom-UFPR
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Cerca de 80% das amostras de álcool em gel encaminhadas pela comunidade ao Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear (LabRMN), do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que oferece testes gratuitos para o produto desde junho, mostra alto grau de inconformidade. O principal erro é o percentual de álcool etílico abaixo do recomendado, o que faz com que os produtos não sejam o “álcool 70”.

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Das 28 amostras entregues ao LabRMN pela comunidade até outubro, 21 tinham percentual de álcool etílico abaixo do recomendado. Cinco amostras apresentaram teores inferiores a 40%.

Para eliminar o novo coronavírus, o álcool antisséptico precisa ter de 68% a 72% de álcool etílico na fórmula, em geral combinada com água.  Menos do que isso, não é ativo; mais do que isso, evapora antes de esterilizar superfícies.

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O alto percentual de produtos adulterados tem intrigado os cientistas do LabRMN. “Entender qual o motivo do problema é a pergunta de um milhão de dólares. Está difícil de entender. Porque é barato”, avalia o professor Andersson Barison, do Departamento de Química da UFPR e um dos docentes responsáveis pelo laboratório.

Falta de álcool etílico é maior problema

O professor acredita que as marcas que que enfrentam mais problemas em garantir a qualidade do álcool 70 são as de fabricantes de ocasião, que decidiram atender à demanda pelo produto no início da pandemia no Brasil, em março. As regras para registro do produto estão mais brandas desde março, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu facilitar a fabricação.

A Anvisa ainda exige que fabricantes analisem o produto antes da comercialização, para atestar “padrão de qualidade para uso humano”. No entender de Barison, nem todos os novos fabricantes conseguem fazer isso. Um indicativo disso é que fabricantes têm procurado a testagem gratuita da UFPR.