Após um ano da alta hospitalar, cerca de 70% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam algum tipo de sequela. Entre os casos analisados em pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas (HC/USP), foram relatados episódios de fraqueza, fadiga e falta de ar, entre outros. A pesquisa foi feita através do acompanhamento de pacientes que foram internados no hospital.
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“Se você perguntar se isso nos surpreendeu, sem dúvida nenhuma”, contou o médico Carlos Carvalho, pneumologista e diretor da UTI Respiratória do Instituto do Coração do HC De acordo com o especialista, esse tipo de contaminação, mesmo em vírus respiratórios ou sazonais, como o H1N1 ou a dengue, tende a não gerar sequelas nos infectados. As informações são do Jornal da USP.
De acordo com Carvalho, os vírus respiratórios costumam contaminar células localizadas nas vias respiratórias superiores – nariz, garganta e traqueia –, limitando os danos causados. No entanto, o coronavírus utiliza as vias respiratórias superiores como porta de entrada e atinge as vias respiratórias inferiores, onde está localizada a região dos alvéolos, permitindo o acesso e circulação do vírus na corrente sanguínea e podendo causar danos em diversos órgãos.
A pesquisa contou com a participação de 15 áreas e especialidades para entender o real escopo que as sequelas podem assumir, desde a pneumologia até a psiquiatria. O intuito dessa ampla averiguação é entender quais podem ser as reais sequelas causadas pela doença e a melhor maneira de tratar cada caso. Para o especialista, espera-se que a pesquisa possa ser utilizada para a criação de protocolos de atendimento que possam ser mais adequados com o perfil de sequelas que o paciente possa vir a desenvolver.