O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, restaurou na quinta-feira (03/05) um gabinete para atender organizações religiosas e comunitárias do país. O objetivo da Iniciativa da Casa Branca para a Fé e a Oportunidade (White House Faith and Opportunity Initiative) é manter a presidência informada sobre o cumprimento de leis federais que protegem a liberdade religiosa, identificar novas formas de reduzir as restrições ao exercício livre da religião, refletir sobre como organizações do tipo podem desempenhar papéis em programas do governo e aconselhar o governo sobre como as suas medidas podem impactar atividades religiosas e comunitárias.
A iniciativa fará parte do Gabinete Executivo do Presidente, engajando-se no dia a dia das atividades de Trump, da mesma maneira que o Conselho de Segurança Nacional, o Conselho de Assessores para a Economia e a Secretaria de Políticas para a Ciência e Tecnologia. Trump, que assinou a criação do organismo durante uma cerimônia pelo Dia Nacional de Oração nos jardins da Casa Branca, ainda não nomeou um conselheiro para chefiar a pasta.
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“Demos esse passo porque sabemos que para resolver nossos muitos problemas e nossos grandes desafios, a fé é mais poderosa que o governo e nada é mais poderoso do que Deus”, disse o presidente na cerimônia. “A oração sempre esteve no centro da vida americana. Os Estados Unidos são uma nação de crentes”.
Os governos de George W. Bush e Barack Obama também tiveram iniciativas similares, mas com o escopo mais restrito. Criado em 2001 por Bush com o nome de Gabinete da Casa Branca para as Iniciativas Religiosas e Comunitárias (White House Office of Faith-Based and Community Initiatives), o órgão teve o seu nome alterado para Gabinete da Casa Branca para as Parcerias Religiosas e de Vizinhança (White House Office of Faith-Based and Neighborhood Partnerships) em 2009. Trump havia ignorado o órgão desde a sua eleição, sem apontar um nome para chefiá-lo.
Segundo Johnnie Moore, porta-voz do grupo oficioso de conselheiros evangélicos do presidente, a reinauguração do órgão lhe dará mais força para estabelecer parcerias entre comunidades religiosas e o governo em áreas como a educação, a saúde, a reforma do sistema prisional e o fortalecimento das famílias. “É uma larga expansão de um programa que historicamente fez um trabalho muito efetivo e pode agora fazer ainda mais”, disse Moore ao Washington Post.
O anúncio veio dias depois de uma controvérsia envolvendo o capelão da Câmara dos Representantes – a Câmara dos Deputados norte-americana –, o padre jesuíta Patrick Conroy, que ocupa o cargo desde 2011. O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, pediu a ele que renunciasse ao seu cargo, supostamente porque o conteúdo de suas orações e pregações estava entrando em âmbito político. Conroy ofereceu a sua renúncia em abril, mas duas semanas depois voltou atrás, após parlamentares de ambos os partidos criticarem o movimento de Ryan.
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