Os exercícios espirituais – modelo de retiro católico formulado por Santo Inácio de Loyola, o fundador dos jesuítas, no século XVI – causam “mudanças significativas” no cérebro. É o que detectou um estudo neurológico assinado por pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, localizada na Philadelphia, nos Estados Unidos.
O estudo foi publicado em março na revista Religion, Brain and Behaviour e examinou 14 participantes, todos cristãos entre 24 e 76 anos de idade, antes e depois de participarem de um retiro inaciano. Após a experiência, constatou-se mudanças significativas nos transmissores de dopamina e serotonina.
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“Como a serotonina e a dopamina fazem parte dos sistemas emocionais e de recompensa do cérebro, isso nos ajuda a entender por que essas práticas levam a experiências emocionais poderosas e positivas”, disse o diretor do estudo, Andrew Newberg.
A dopamina é responsável pela mediação de processos cognitivos, emocionais e motores. A serotonina, conhecida como “hormônio do bem-estar”, ajuda a controlar emoções e estados de ânimo.
No retiro, que durou sete dias, os participantes passaram a maior parte de cada dia em silêncio, dedicando-se à oração e à reflexão. De manhã, participavam da missa. Além disso, uma vez por dia, conversavam com um diretor espiritual.
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No final dos exercícios espirituais, os participantes reportaram mudanças positivas na saúde, na tensão e na disposição, além de uma percepção de autotranscendência. Os pesquisadores acreditam que esses resultados têm a ver com o aumento no nível de dopamina.
“De certa forma, nosso estudo traz mais perguntas do que respostas. Nossa equipe está curiosa para descobrir quais aspectos do retiro causaram as mudanças nos sistemas neurotransmissores e se diferentes retiros poderiam produzir diferentes resultados. Esperamos que futuros estudos possam responder a essas perguntas”, afirmou Newberg.
Com informações de Science Daily.
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