(ATUALIZAÇÃO – 15h50: Retiradas? Obras que mostravam Jesus e Maria baleados são do acervo, mas não estavam na exposição, diz curadora)
Uma exposição que acaba de ser inaugurada em Brasília causou revolta entre os católicos. Denominada Contraponto – Coleção Sergio Carvalho, a exposição teve sua abertura na noite desta quinta-feira (16/11) e, segundo denúncias de grupos católicos nas redes sociais, apresentou entre suas peças uma série de imagens de Jesus e da Virgem Maria representadas com balas de revólveres fixadas no peito. As imagens viralizaram rapidamente e chocaram grupos cristãos de Brasília que já organizam manifestações.
A exposição está prevista para permanecer aberta à visitação no Museu Nacional da República até fevereiro de 2018. Conforme fotos que circulam nas redes sociais, duas das peças mais polêmicas referem-se ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, dois títulos de devoções católicas bastante populares no Brasil. Em reação à ofensa, um grupo de católicos da capital federal prepara uma vigília a ser realizada em frente ao museu, no sábado, dia 18, às 18 horas.
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Fiéis ligados ao mundo jurídico também anunciaram ações. O advogado Paulo Fernando Melo da Costa, ligado à Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, um dos primeiros a denunciar a exposição nas redes sociais, informou que tomará “medidas judiciais” nesta sexta-feira e destacou o fato da exposição ser realizada pela Secretaria da Cultura do Governo de Brasília e patrocínio do Banco de Brasília.
A curadora da exposição é a historiadora da arte Tereza de Arruda. Sérgio Carvalho, que dá nome à exposição, é um colecionador de arte contemporânea que vive em Brasília e é o proprietário das obras expostas.
Petição
Um abaixo-assinado online contra a exposição também foi criado pelo Movimento Legislação e Vida, no site de petições CitizenGo. No texto do abaixo-assinado, os responsáveis pedem o cancelamento da mostra, alegando que ela atenta contra o artigo 208 do Código Penal por “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
O texto da petição lembra ainda que um dos artistas que tem trabalhos na exposição, Antonio Obá, já entrou em conflito com católicos antes. Em julho desse ano, uma performance apresentada pelo artista consistia em pegar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e esfregá-la num ralador apoiado em seu órgão genital enquanto ele próprio estava nu. Ele também é o autor da obra da exposição Queermuseu que envolve hóstias pichadas com nomes de partes do corpo, incluindo órgãos sexuais, e que foi objeto de polêmica em setembro.
A Arquidiocese de Brasília republicou na manhã de hoje (17/11) em seu site a mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o vilipêndio de símbolos religiosos em exposições artísticas, datada do dia 26 de outubro. A publicação não fez referência direta à exposição Contraponto.
Veja as peças polêmicas da exposição:
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