Dentro de algumas semanas, cristãos do mundo todo celebrarão a festa mais importante de sua fé: a Páscoa. Católicos, ortodoxos e protestantes, no entanto, têm formas bastante particulares de festejar a ressurreição de Cristo. O mesmo ocorre com os judeus, para os quais a Páscoa se refere a outro momento histórico.
Cristianismo
Entre católicos, protestantes e ortodoxos, não há diferença no motivo pelo qual se celebra a Páscoa. Para todos, é o momento de lembrar a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Contudo, há diferenças importantes no modo como a data é recordada e vivida.
No catolicismo as cerimônias começam no domingo anterior à data da Páscoa, no chamado Domingo de Ramos, quando se recorda a chegada de Jesus à Jerusalém. Este é o primeiro dia da Semana Santa, quando também ocorrem celebrações importantes na Quinta-Feira Santa (Missa da Ceia do Senhor) e Sexta-Feira Santa (Celebração da Paixão do Senhor). Na missa da Vigília Pascal, celebrada na noite de sábado, já é celebrada a ressurreição de Cristo.
A principal diferença entre o que ocorre na Igreja Católica e Ortodoxa está na data da Páscoa. Os ortodoxos seguem o calendário juliano e não o gregoriano, adotado em países ocidentais. Isso faz com que a celebração da ressurreição de Cristo ocorra sempre mais tarde quando comparada a dos católicos. Em 2016, por exemplo, a Páscoa dos ortodoxos será em 1º de maio.
Nas igrejas Luterana e Anglicana, como explica a teóloga Lidice Meyer, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, é mantido o culto na Sexta-Feira Santa e no Domingo da Ressurreição. As demais denominações protestantes ou evangélicas comemoram apenas o Domingo da Ressurreição. É comum a realização de ceias e peças teatrais relembrando as últimas horas de Cristo.
Judaísmo
Apesar do foco bastante claro na pessoa de Jesus, a Páscoa cristã está diretamente ligada às práticas do judaísmo. “Jesus celebrou com os discípulos sua última ceia quando seus irmãos judeus se preparavam para celebrar a Páscoa judaica”, explica o padre Antonio José de Almeida, professor do curso de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Ele conta que a origem da Páscoa dos judeus remonta ao período em que os ancestrais dos hebreus eram nômades. “Era um rito do mundo pastoril ligado à passagem do inverno para a primavera. Quando deixavam o local onde tinham passado o inverno com suas ovelhas e se dispersavam a procura das pastagens necessárias para os rebanhos, os pastores faziam uma festa”, explica Almeida. O ápice dessa comemoração era a oferenda de um animal a Deus, como forma de gratidão pela volta das pastagens verdes e das flores. O cordeiro oferecido era comido numa refeição para comemorar a unidade dos membros do clã entre si e com Deus.
Por volta do século 12 antes de Cristo, no entanto, um fato marcante na história dos hebreus substitui a razão original pela qual se celebrava a Páscoa. A libertação do povo da escravidão no Egito, que teve como protagonista a figura de Moisés, torna-se o principal motivo de celebração dos judeus. “O povo é libertado, recebe os Dez Mandamentos e atravessa o deserto até a Terra Prometida, numa caminhada que dura 40 anos”, diz o rabino argentino Pablo Berman.
Segundo ele, Moisés se transforma no líder de uma geração que precisa abandonar o conceito de escravo para aprender a ser livre. Assim a Páscoa, ou Pessach, em hebraico, passa a ser lembrada como a passagem da escravidão para a liberdade.
Os judeus celebram a Páscoa durante vários dias. Em 2016, o início da comemoração ocorre no dia 23 de abril.
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