Estudiosos de Ciência das Religiões conduzem pesquisas em diversas universidades, analisando os mais diversos aspectos das religiões, tais como as mudanças pelas quais os cultos passaram nos últimos milênios ou os tipos de atividades religiosas que mais atraem os jovens. Mas apenas uma pequena parte do seu trabalho chega ao público que mais se beneficiaria com isso: as pessoas que frequentam cultos religiosos regularmente.
O reverendo Charles Robinson, que é pastor em uma igreja episcopal em Park City, no estado americano de Utah, está empenhado em mudar esse fenômeno. Ele fundou o Utahns for Religious Scholarship, um projeto que visa a construir pontes entre os crentes e as pessoas que os estudam.
“Há uma quantidade enorme de produção acadêmica competente e profunda sobre o cristianismo realizada nos últimos dois séculos”, diz Robinson ao Deseret News. “Quando isso não chega aos bancos das igrejas, as pessoas em geral pensam que os religiosos sustentam fatos que simplesmente não estão atualizados. Isso nunca é bom”, analisa o pastor.
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No fim de fevereiro, ele realizou o primeiro grande evento do projeto: um seminário sobre as pesquisas sobre o Jesus histórico. Uma professora de estudos religiosos, Nina Livesey, e um de teologia, Arthur Dewey, foram os palestrantes. Ambos dizem que gostam de ajudar as pessoas a entender a relação entre a fé pessoal e os estudos acadêmicos.
“Não temos respostas para todas as perguntas, mas é uma oportunidade para as pessoas se envolverem com a sua fé intelectualmente”, diz Dewey. “Em comunidades religiosas, existe às vezes uma falsa escolha entre cortar fora sua cabeça ou arrancar o seu coração. Isso não funciona. Você precisa pensar integralmente sobre religião com a cabeça no lugar e o coração dentro do peito”, explica ele.
Segundo Livesey, muitos cristãos não permanecem em suas igrejas porque os seus ensinamentos deixam de fazer sentido para eles intelectualmente. “Conheci muitas pessoas que disseram que procuraram seu pastor com uma pergunta e ele lhes disse para parar de duvidar e se preocupar. Essas pessoas geralmente deixam a igreja”, conta a professora.
Interesse geral
Segundo os dois professores, é importante ainda que o público em geral assuma a importância da religião como uma peça fundamental para compreender a sociedade. “É preciso reconhecer que o sentimento religioso é fundamental para os seres humanos”, diz Dewey.
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“Durante muitos séculos, os seres humanos usaram linguagem religiosa para falar sobre a parte mais profunda de sua experiência. Precisamos usar textos religiosos como ferramentas para aprofundar as nossas próprias vidas”, considera o professor.
“É bom conhecer a nossa herança”, diz Livesey. “A religião é parte de quem nós somos. Estudar religião significa conhecer sua história e suas raízes”, defende ela. “Se você realmente quer compreender as questões do sentido e da existência, você precisa se envolver com as tradições religiosas. Você não pode simplesmente generalizá-las”, completa Dewey.
Com informações de Deseret News.
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