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Conhecida como Pessach (“passagem”, em hebraico), a Páscoa judaica acontece na Lua Nova do dia 15 de Nissan do calendário judaico, que esse ano cairá no dia 22 de abril, no pôr do sol. Todas as festas judaicas começam na véspera, com o pôr do sol e o aparecimento das estrelas. Tradicionalmente considera-se que a origem da prática está no livro de Gênesis, onde é dito que quando Deus criou o Mundo “houve tarde e manhã, e esse foi o primeiro dia”.

Celebrada com uma reunião e jantar em família,  a Pessach celebra a liberdade do povo judeu. É comum que pais recontem aos filhos nesse dia a história da saída do Egito, na época da escravidão, com a leitura de um livro chamado Hagadá. “O povo de Israel foi escravizado durante muitos séculos no Egito, segundo nos relata o livro de Êxodo. Deus envia Moisés como liderança para falar com o faraó, para que permita libertar o povo. O faraó se nega e assim começa a epopeia da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito”, conta Pablo Berman, Rabino da Comunidade Israelita do Paraná.

A celebração toda dura 7 dias. O primeiro e o segundo são os mais importantes, porque acontece o Seder de Pessach. Toda a família se reúne ao redor de uma mesa para contar o que aconteceu com o povo judeu. No restante dos dias há rezas especiais ligadas com a festividade.

Significado dos Alimentos

O alimento por excelência nas refeições da Pessach é a Matzá, tipo de pão sem fermento. Segundo a história bíblica, o povo saiu do Egito com muita pressa, e por isso só conseguiram cozinhar Matzá, que é a farinha misturada com água antes que comece o processo de fermentação. “A Matzá transforma-se, então, no pão da pobreza porque também era comida pelos escravos, e o pão da liberdade. Todo o relato dos pais aos filhos acontece sobre os pedaços da Matzá”, completa o Rabino, que afirma que a Pessach é uma aula de história dedicada às crianças e contada pelos pais. “Quantas vezes em nossas vidas acontece isso? Que pais e filhos ao redor de uma mesa falem da história, da tradição, do que somos como povo, e porque estamos onde estamos. Tudo está ligado às crianças. Cada símbolo, e são vários, procuram despertar a curiosidade das crianças para que perguntem. Isso é o importante. A pergunta dos filhos aos pais.”

Lembrança especial

Como em qualquer celebração tradicional e feita em família, a Pessach traz memórias importantes também para o Rabino Pablo, que destaca como principal lembrança os cheiros. “A lembrança mais forte de quando era criança era subir pelo elevador do meu prédio na véspera de Pessach e sentir os cheiros de todos os apartamentos onde estavam preparando as comidas para a noite do jantar. É uma lembrança que ficou gravada em minha mente, e eu morava no 8º andar. Sem dúvida, o “guefilt fish” – prato típico da data que consiste numa mistura de diferentes peixes – da minha mãe era o melhor de todos”, recorda o Rabino.

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