Que todo mundo precisa ir ao dentista com certa frequência, ninguém duvida. Mas você sabe quando seus filhos devem começar a fazer essas visitas?
Pois saiba que ainda na barriga da mãe é possível detectar algum problema no desenvolvimento da face do bebê. A prevenção também pode ser feita já nessa fase, o que significa que os cuidados com a higiene bucal da grávida têm relação direta com a saúde do filho que ela está esperando.
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O chamado pré-natal odontológico é muito importante para a gestante, de acordo com a odontopediatra Stella Dumke. “São orientações para a mãe. Cuidados com a saúde dela para evitar cáries e infecções gengivais”, explica Stella. Isso tudo porque, durante a gestação, a possibilidade de desenvolver esse tipo de condição, aumenta. “Durante a gravidez ocorre muita alteração hormonal que pode afetar a saúde da boca da mãe”, esclarece.
Parto prematuro
Stella alerta para outro aspecto grave: o parto antes do tempo pode ter relação com falta de higiene bucal. “Tem estudos que mostram que partos prematuros e baixo peso do bebê estão relacionados, às vezes, a uma inflamação da gengiva da mãe”, ressalta. Por isso é tão importante frequentar o dentista, inclusive durante a gravidez. Também nas ecografias é possível identificar características importantes e hábitos do bebê. “Naqueles exames 3D dá pra ver se ele chupa o dedo, se tem o queixo muito pra frente ou muito pra trás, por exemplo”, conta Stella.
O desenvolvimento maxilar do bebê interfere em futuros problemas odontológicos. “É comum ter maxila pequena e, se isso não muda naturalmente, mastigação, respiração e deglutição corretas, além da língua no lugar certo, podem corrigir”, diz Stella. Hábitos errados como respirar pela boca, chupar chupeta ou o dedo e mamar na mamadeira podem ocasionar más oclusões. A função da ortopedia é monitorar esse crescimento.
É também antes do nascimento que a mãe recebe orientações valiosas para a saúde bucal do filho. “A gente orienta qual a postura que a criança precisa estar para mamar e garantir um bom desenvolvimento craniofacial do bebê. E também sobre como higienizar a gengiva após as mamadas”, destaca Stella. O rolete gengival e a língua devem ser observados pelo profissional e, por volta do 6º mês, quando nascem os primeiros dentinhos, é importante que a mãe já tenha recebido as orientações necessárias.
“Não adianta a mãe chegar ao odontopediatra com a criança já com dois anos de vida ou, pior, com seis”, avisa Stella. Quanto mais cedo o acompanhamento, melhor. Uma série de problemas pode ser evitada se os devidos cuidados forem tomados pela família. “A gente consegue identificar se a criança tem alguma lesão ou cáries, observa a saúde gengival e a cronologia de desenvolvimento dos dentes”, orienta.
Ir ao dentista desde cedo tem, ainda, outra vantagem: desmistificar o medo. “A criança que cresce com esse hábito fica condicionada e educada com uma rotina saudável”, enfatiza. A odontopediatra também reforça que o principal é a prevenção e que só vendo os pacientes com regularidade é possível acompanhar esse processo.