Um dos passatempos preferidos das crianças é fazer perguntas. E é de se compreender, afinal, isso ajuda os pequenos a descobrirem esse mundo cheio de novidades. “O que é isso?”, “para que serve esse botão?”, “onde a gente vai?”, “por que o céu é azul?”, “como eu nasci?”. Todas essas questões mostram a curiosidade das crianças sobre o mundo e sobre a vida, e são os pais que têm o privilégio de poder ajudá-las nessa aventura.
Acontece que todas essas perguntas, na verdade, revelam uma curiosidade ainda mais profunda dos pequenos: eles também estão buscando respostas sobre si mesmos – ainda que inconscientemente. E isso significa que os pais têm uma responsabilidade enorme, pois as respostas oferecidas por quem está ao redor das crianças têm o poder de moldar suas identidades. Em uma publicação no site All Pro Dad, o autor norte-americano Bobby Cooley, que também é pai, escreveu sobre algumas das mais importantes que as crianças estão fazendo sobre si mesmas:
- “Eu tenho o que é preciso?”
Todos os dias, as crianças vivem diversas experiências novas e emocionantes. Seja na escola, na convivência com a família, com os amigos, praticando algum esporte, etc. E todas essas novas experiências trazem à tona uma certa dose de ansiedade que os leva a se perguntarem: “Eu tenho o que é preciso?”. E isso não tem a ver com coisas materiais. A insegurança diante de novas situações está relacionada às suas próprias aptidões sociais, emocionais ou físicas. Por isso, os pais devem sempre incentivar seus filhos, comunicando a eles o quanto acreditam neles e o quanto eles são capazes. É isso que fará a confiança dos pequenos crescer diante das situações que eles ainda viverão. - “Alguém me ouve?”
Está aí uma das maiores necessidades das crianças: serem ouvidas. Elas gostam de compartilhar tudo o que viram, experimentaram ou sentiram, por isso é tão importante para elas ter a certeza de que podem contar com alguém que as ouve com amor e carinho. Seu filho não quer que você ouça somente suas palavras, mas também seu coração. Muitas vezes, na correria do cotidiano, é difícil desacelerar, parar e, simplesmente, ouvir seu filho. Mas se esforce para fazer isso! Com o passar dos anos, os filhos crescem e a maneira como eles se expressam também muda. Se você não for um bom ouvinte nos primeiros anos de seus filhos, provavelmente, no futuro, não será você que ele vai procurar para conversar ou desabafar. Portanto, desacelere e ouça. - “Alguém me vê?”
Um dos maiores presentes que você pode dar aos seus filhos é o seu olhar. Um olhar de quem está sempre atento, de quem se preocupa, de quem nunca abandona. É muito importante que seu filho saiba que, independentemente de qualquer circunstância, o “papai me vê” ou a “mamãe me vê”. Isso traz segurança para os pequenos. Outro benefício, é que quanto mais você vê seu pequeno, mais você pode ajudá-lo em suas dificuldades, treiná-lo para aquelas habilidades que ele mais necessita e até mesmo corrigi-lo de maneira mais eficaz. Isso os tornará adultos mais produtivos no futuro. - “O que posso fazer para ajudar?”
Você pode até pensar que essa pergunta não combina com seu filho. Mas acredite, é uma pergunta que está em seu coração, mesmo que ele não diga diretamente. As crianças gostam de sentir importantes, de saber que podem ajudar em algo. Quando você atribui a seu filho alguma tarefa, mesmo que seja pequena, ele se sente capaz, confiante e isso ajuda a moldar o adulto que ele se tornará. É através desse exercício de serviço que seu filho também pode descobrir suas próprias habilidades e o que realmente gosta de fazer. Isso facilitará sua escolha por uma profissão no futuro.