Há maneiras pelas quais os pais podem evitar o contato precoce dos filhos com a pornografia, sendo o diálogo o principal meio.| Foto: Julie Ricard/Unsplash
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Os malefícios que a pornografia causa na vida daqueles que a utilizam, ainda mais após instalado o vício, já são comprovados e amplamente divulgados. Mas é importante ressaltar que esses prejuízos se tornam ainda mais nocivos quando a prática é realizada por crianças e adolescentes, já que esse tipo de consumo atinge diretamente seu desenvolvimento.

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O acesso à pornografia por crianças e adolescentes se dá, na maioria das vezes, por meio de páginas na internet, redes sociais e plataformas de streaming. E tudo isso está acessível a eles a um clique de distância, por meio de seus smartphones, tablets, computadores ou até mesmo pela televisão.

Porém, há maneiras pelas quais os responsáveis pelas crianças podem evitar o contato precoce com tais conteúdos impróprios. Segundo a psicóloga e especialista em terapia cognitivo comportamental Simone Steilein Nosima, o diálogo, sem dúvida, é o principal meio. “O diálogo é sempre um dos melhores caminhos para resolver essa questão. É importante tirar as dúvidas e orientar os adolescentes sobre os riscos e tudo o que isso envolve”, orienta a profissional. Ela ainda lembra aos pais que é importante prezar por um diálogo com uma boa escolha de palavras, com muita clareza e afeto.

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Relação de confiança

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É importante que os pais deixem claro aos filhos, desde muito cedo, que a confiança entre eles deve ser uma via de mão dupla. As crianças e adolescentes devem se sentir seguros para perguntar aos pais qualquer de suas dúvidas sem repreensão, assim como os pais podem esperar a sinceridade e o bom comportamento dos filhos.

“Castigos não costumam funcionar melhor do que o diálogo. Se você orientou e ele não cumpriu vale entender os motivos disso, explicar o seu posicionamento e deixar claro o que é e o que não é negociável”, explica Simone.

Monitoramento

Além do diálogo aberto com a criança ou adolescente, é importante, claro, que as famílias estejam atentas e acompanhem a utilização dos meios eletrônicos utilizados pelos menores.

Para prevenir o acesso à pornografia, os pais podem utilizar os bloqueios para conteúdos impróprios oferecidos pelas próprias plataformas virtuais, bloqueando os canais adultos abertos, ou aplicativos de restrição que podem ser instalados nos aparelhos eletrônicos.

Simone sugere que os pais façam uso das ferramentas de controle, mas além disso estejam preparados para responder as perguntas e dúvidas que a criança ou o adolescente apresentar, estando sempre atento ao seu desenvolvimento e maturidade. “A dúvida e o interesse surgirão em algum momento. Saiba orientar e conversar sobre isso, se você não conversar com ele sobre o assunto, ele vai tentar se informar por outros canais”, indica a psicóloga.

Caso as orientações e as ferramentas de bloqueio não tenham surtido o efeito desejado, os pais podem optar por restringir completamente o uso dos aparelhos eletrônicos por parte das crianças e adolescentes. Pode parecer uma atitude radical, mas em se tratando da saúde afetiva dos pequenos, talvez seja necessário. Depois disso, a missão dos pais deve ser fortalecer a relação de confiança entre a família.

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Após o primeiro acesso à pornografia, como evitar os próximos?

Após descobrir que o filho acessa pornografia, o diálogo é ainda mais importante. E ele precisa ser amigável. Deve-se orientar quanto aos prejuízos que isso pode causar em seu desenvolvimento e é fundamental manter um acompanhamento muito próximo do conteúdo que ele acessa.

“Não tenha receio de que ele saiba que você está por perto e de olho nas coisas que ele faz. O desenvolvimento dele passa por sua responsabilidade. Ele não tem o entendimento de como todas as coisas podem impactá-lo”, orienta Simone.

Como evitar que o filho acesse pornografia fora de casa?

Mais do que controlar os passos dos filhos fora de casa, os pais podem evitar o acesso a pornografia com a orientação contínua. O foco deve ser uma educação baseada nos valores e virtudes seguidos pela família, somados à confiança e abertura para diálogo. Assim, ao sair de casa, o adolescente seguirá mantendo os valores que aprendeu no lar.

“É a base de valores que vai ajudá-lo a entender como agir, mais do que saber que você está por perto e controlando seus passos”, conclui a psicóloga.