Qualquer desafio colocado diante de um filho adotivo, será muito melhor do que a alternativa que ele teria diante de si.| Foto: Davidson Luna/Unsplash
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“Que tipo de mãe entrega seu filho para adoção?”, “Não sei se serei capaz de amar um filho adotivo como se fosse meu próprio filho”, ou “Crianças adotadas são mais propensas a ter dificuldade em escola, tanto acadêmica quanto comportamental”, são algumas frases coletadas pela advogada e escritora Elizabeth Kirk, sobre a adoção, tema que ela propõe uma mudança de perspectiva.

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Segundo as reflexões que faz no blog do Instituto de Estudos da Família, todas essas expressões contribuem para o estigma que cerca essa realidade, e que impede que muitos que se declaram a favor da adoção, decidam de fato por ela. Elizabeth pede para que os interessados desenvolvam uma sensibilidade em relação a esse fenômeno, porque “uma das grandes barreiras à adoção é o medo. As pessoas têm essa preocupação em adotar porque temem que a criança tenha necessidades maiores do que elas podem lidar”, diz.

O resultado desses medos – explica ela – é que, uma em cada 50 grávidas prefere abortar seus filhos a entregá-los para adoção. Os casais inférteis, por sua vez, optam por se submeter a tratamentos de fertilização in vitro caros e incertos para criar sua própria família biológica. E, enquanto isso, cerca de 110.000 crianças estão à espera de uma família para a vida toda.

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A adoção não é o problema, assegura Elizabeth, mas a resposta para o problema da ruptura que existe na condição humana. “Qualquer desafio colocado diante de um filho adotivo, será muito melhor do que a alternativa que ele teria diante de si”, afirma.

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A autora e mãe adotiva, compartilha com seus leitores as emoções que acompanharam o momento em que ela e seu marido adotaram o primeiro filho, e as razões pelas quais consideraram válida a possibilidade, uma “resposta amorosa” para ajudar crianças vulneráveis.

Para ela, são necessárias políticas públicas que tornem a adoção uma alternativa valiosa e um processo menos avassalador. “Precisamos entender melhor como uma mulher com gravidez em circunstâncias críticas toma decisões, e também garantir que o consentimento informado contenha informações adequadas, completas e não coercitivas sobre a possibilidade de adoção”.

Elizabeth também explica que o conhecimento oferecido pela neurociência e psicologia sobre os efeitos do abuso, trauma e perda nas crianças deve ser usado e aplicado em planos de tratamento familiar para casos de adoção. “Finalmente, precisamos entender melhor o impacto de instituições de caridade privadas e religiosas e agências públicas de assistência social, a fim de fortalecer parcerias fortes para o bem das crianças”. Acima de tudo, conclui que o foco deve estar nas necessidades das crianças "e em responder melhor às suas necessidades com amor, e não com medo".

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© 2022 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.