Foram 38 anos de buscas e muita esperança, até que Sueli Gomes da Silva Rochedo, de 56 anos, pudesse reencontrar seu filho, que foi levado ainda recém-nascido do hospital em que nasceu no Distrito Federal, em 1981. O drama teve fim após seis anos de intensas investigações por parte da Polícia Federal do DF, que recebeu um pedido de ajuda de Sueli em 2013. No final de abril, em meio a muita emoção, a brasiliense pode abraçar novamente seu filho que, hoje, mora na Paraíba.
Antes dos 18 anos, Sueli ficou grávida duas vezes. A primeira, em decorrência de uma série de abusos sexuais sofridos dentro do orfanato em que vivia desde os sete anos com seus outros quatro irmãos. A intenção do avô, quando as levou para lá, era proteger as crianças – que haviam perdido a mãe há pouco tempo – da violência que sofriam por parte do pai alcoólatra. A segunda gravidez aconteceu pouco tempo depois, durante um rápido namoro da jovem e foi este filho o sequestrado na porta da maternidade.
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Ao dar à luz, em 9 de fevereiro de 1981, ao menino que havia chamado de Luiz Miguel, Sueli foi convencida a deixar o filho nos braços de um casal que trabalhava no orfanato e estavam lhe acompanhando naquele dia. Segundo ela, o casal pediu para segurar o menino enquanto ela deveria fazer uma ligação para a gestora do abrigo que, durante o telefonema, lhe afirmou que não queria o bebê na instituição. Ao retornar do orelhão para pegar o bebê, ele havia sumido. Sueli conta que, depois disso, foi obrigada a permanecer calada e a não tocar mais no assunto. Anos depois, a responsável pelo orfanato disse à Sueli que o bebê havia morrido. “Era um mix de sentimentos. Uma pessoa em que eu acreditava dizia que ele morreu, mas pensava: ele tinha morrido de quê? ”, conta Sueli em entrevista ao Fantástico.
Investigação e reencontro
O delegado responsável pela investigação do caso desde 2013, Murilo de Oliveira, afirma que uma das linhas de investigação os levou até o porteiro do médico que fez o parto da adolescente, no Hospital do Gama, no Distrito Federal. Segundo depoimento, o porteiro recebeu a criança e a registrou dois dias após o nascimento, com o nome de Ricardo Santos de Araújo. Na época em que tudo aconteceu, esse tipo de registro não era considerado crime, portanto, o caso foi arquivado e o senhor que registrou a criança não precisará responder criminalmente. Já a gestora do abrigo, que é a principal suspeita do sequestro, faleceu em 2012.
Apesar de a polícia não encontrar nenhum registro da criança no hospital, um detalhe importante fez toda a diferença na investigação. Sueli lembrou que o bebê havia nascido com os dedos grudados. “Quando localizamos o rapaz, ele disse que tinha feito uma cirurgia para separar os dedos. Era demais para ser coincidência”, afirma o delegado.
Um exame de DNA confirmou a suspeita, Ricardo Santos de Araújo é mesmo o filho de Sueli. O encontro entre mãe e filho foi marcado por um longo abraço cheio de emoção. E, mesmo depois de todo o sofrimento, Sueli afirma que não guarda mágoas de tudo o que lhe aconteceu e que, agora, só quer aproveitar a presença do filho em sua vida.
Com informações de G1
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