O que você quer ser quando crescer? Para a maioria dos adolescentes essa pergunta não é tão simples de ser respondida, ainda mais quando chega a hora de escolher a carreira profissional e eles são pressionados diariamente pela família. E quando pai e mãe interferem demais nesse processo acabam dificultando essa escolha em vez de facilitar, o que torna essa etapa da vida do jovem ainda mais angustiante.
Talvez a primeira preocupação dos pais seja se a profissão escolhida será rentável e segura, mas para o jovem essa decisão vai muito além disso: alguns têm predisposições para determinadas profissões, que desenvolvem desde cedo, o que precisa ser compreendido pelos seus responsáveis. Já para outros esse processo de escolha é mais demorado, porque afinal, cada um tem seu tempo de maturidade.
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Esse é o caso da estudante Talita Theodoro, de 19 anos, que pretende cursar Publicidade e Propaganda. Influenciada pelos pais, ela levou dois anos para decidir o curso certo. A jovem mirou em Pedagogia, Artes e Moda, mas nenhuma dessas opções a atraiu tanto. “A vontade dos meus pais era que eu fizesse Direito ou algo relacionado, mas quando descobri o curso de Publicidade e Propaganda e me apaixonei pela área”, afirma.
A moradora de Jacarezinho, no Norte Pioneiro Paranaense, precisou de dois anos para chegar a essa escolha. “Não é fácil para um jovem ter assertividade nesse momento. Então é natural que surjam muitas dúvidas“, explica a psicóloga Tais Targa. Por esse motivo, para ela, o papel dos pais é fundamental nesse momento. “Eles são os maiores apoiadores nesse processo”, define.
No ano passado, Talita até passou no vestibular para cursar Ciências Biológicas, mas a faculdade ficava longe de sua cidade e essa opção se tornou inviável. Agora, com a nova escolha da filha, a mãe, Luzia, está um pouco apreensiva. Segundo ela, o curso parece não trazer estabilidade financeira, mas, apesar disso, tem feito o possível para apoiar a filha, por entender que ela deve seguir o caminho naquilo que mais a agrada. “O apoio dos meus pais tem sido muito importante para mim nesse momento de tantas duvidas”, reconhece Talita.
Até que ponto os pais devem interferir na escolha da profissão do filho?
A participação dos pais nesse momento decisivo é crucial, afinal eles conhecem as fortalezas e competências dos filhos como ninguém. Por isso mesmo, eles podem mostrar as exigências do mercado do trabalho, além de ajudar o filho a pensar nas vantagens e desvantagens da profissão escolhida. Em um momento de indecisão, a recomendação de Tais é que a família faça junto uma pesquisa de campo. “Levar os filhos para conhecer algum profissional que atua na mesma área é interessante”, orienta.
“Mais importante do que passar segurança, é mostrar que o pai entende os desejos, gostos e ambições dele”, diz Emerson Viana
Mas é preciso cuidar com as sugestões. Ser imparcial é importantíssimo para que, acima de tudo, os pais não influenciem os filhos a optar por algo que podem se arrepender depois. “É claro que isso também não os desonera de trazer informações e incentivar os jovens a pesquisar, abrir caminhos e de ser a ponte para que o jovem tenha informações reais de mercado de trabalho”, salienta. ”
Para o psicólogo comportamental, Emerson Viana, é necessário também que, ainda durante o Ensino Médio, os pais conversem sobre o mercado de trabalho com os filhos, e as habilidades que cada segmento exige. Além disso, testes vocacionais e de aptidão devem ser incentivados. “Passar segurança ao filho é extremamente importante nesta fase. E mais importante do que isso, é mostrar que o pai entende os desejos, gostos e ambições dele, de modo que ele não se sinta pressionado nem escolha uma profissão por impulso”, explica.
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