A cumplicidade entre o casal é uma das coisas que podem tornar o nascimento da criança uma experiência ainda mais bonita.| Foto: Jonathan Borba/Unsplash
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“Meu trabalho de parto durou quase 24 horas. Quando comecei sentir as primeiras dores, quem manteve a calma foi ele”. Assim começou o relato da mãe de primeira viagem, Pamela Deneka, ao contar como o marido, Luiz Guilherme, a ajudou desde antes do nascimento da Victoria, hoje com 8 meses. “O começo é tranquilo mesmo. Mas na hora em que vieram as contrações mais fortes, ele me conhecia a ponto de saber que em alguns momentos eu queria que ele saísse da sala”, revela.

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Essa cumplicidade entre o casal é uma das coisas que podem tornar o nascimento da criança uma experiência ainda mais bonita. “Na nossa sociedade, o parto sempre foi considerado um evento feminino, mas de uns tempos para cá a presença do pai na cena do parto se tornou algo corriqueiro”, afirma a doula Katya Kur Bleninger. O suporte emocional do companheiro é algo que a equipe médica muitas vezes não consegue oferecer na mesma intensidade.

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Buscar informação

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Ainda na gestação, o pai do bebê já pode auxiliar a gestante. A busca por informação é o primeiro passo. Luiz Guilherme e Pamela procuraram uma equipe médica e uma doula com os mesmos ideias que eles tinham. Os dois fizeram um curso para aprende mais sobre o parto e a gestação. “A gente não sabia nada. A gente acha que sabe, mas não tem ideia do que é. Essa confiança é fundamental, ajuda muito”, aponta o casal.

Cuidar da parte burocrática

Entender todo o processo pelo qual o corpo da mulher passa nesse período também ajuda a pensar em soluções para deixar a mãe confortável. Na chegada ao hospital, normalmente é o pai que preenche o cadastro para dar entrada no internamento.

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Massagens, água morna, incentivo e afeto

Quando vêm as dores, massagear as costas da mulher, jogar água morna na região e até lembrá-la de respirar pode fazer uma grande diferença. “Durante o trabalho de parto ele pode ajudar naquilo que a mulher estiver precisando”, enfatiza a doula.

“O Luiz me lembrava de tomar água, de ir ao banheiro, de comer. Na hora você não pensa nisso. Ele sabia que fisicamente não podia fazer muito por mim, mas só estar do lado já era muito bom”, ressalta Pamela. Luiz conta que incentivou a esposa em todos os momentos e que sofreu junto com ela durante o trabalho de parto. “No momento final eu estava gritando junto com ela, segurando a perna e dizendo que ela ia conseguir. É muito forte. No dia seguinte eu estava todo inchado, com dor em tudo”, diz.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Participar de todas as etapas

Katya defende que a mulher seja a protagonista, que a família deve respeitar os desejos dela, sempre que possível. O casal, segundo ela, deve conversar sobre como o pai pode participar do parto e que, caso isso aconteça, haja uma preparação para entender o que esperar e até as limitações de cada um. Outro aspecto importante é pensar que nenhuma gestação é igual a outra e que os partos também se dão de forma diferente. Se despir das expectativas é essencial.

Quem já passou por tudo isso recomenda: “Foi uma experiência muito viva. Você pode contar mil vezes a história, mas não tem explicação essa emoção”, conta Luiz Guilherme. E Pamela completa emocionada: “Ele me fez sentir que eu era capaz”.