A relação entre avós e netos é muito importante para criação de boas memórias familiares. Afinal quem não se lembra de algo da infância na qual os avós estavam juntos? Porém sabemos que há muitos avós e netos que se encontram distantes geograficamente, já que é cada vez mais comum as famílias se mudarem para outras cidades ou até países buscando melhores condições de vida.
Siga o Sempre Família no Instagram!
A distância não deve ser vista como um obstáculo para que os avós mantenham contato com seus netos. Criar laços, mesmo para os que moram em cidades distantes, é possível. Priscila e Cláudio Ançay, casados há 34 anos, avós de dois netos que residem na Inglaterra e outro nos Estados Unidos são a prova disso. “Estamos há seis meses fora de casa para visitar nossos netos que residem em Londres e conhecer o que nasceu recentemente nos Estados Unidos. Para nós, o maior tesouro é a nossa família e acreditamos que podemos viver juntos para sempre”, conta Priscila.
Com o nascimento da primeira neta, Cláudio e Priscila abandonaram a vida em Curitiba, para morar em São Paulo, cidade em que uma de suas filhas residia desde que se casou, até se mudar para Londres com o marido e seus dois filhos. Recentemente, a outra filha do casal se casou e foi morar nos Estados Unidos, engravidando logo em seguida.
Importância das memórias familiares
“Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar”. Essa é a premissa que o casal utiliza como princípio balizador para seu modo de viver em família, buscando conhecer os antepassados e valorizando os momentos presentes com seus familiares, mantendo as tradições e renovando diariamente as memórias para que se mantenham vivas e ativas.
“Todo momento é valioso, nós passamos o dia trocando áudios, vídeos e fotos para mantermos a memória ativa e rechearmos nossa vida com boas lembranças, assim a saudade não faz com que nos sintamos sozinhos”, conta Priscila.
Os avós curitibanos contam que acompanharam a gravidez, nascimento e o início da infância de seus dois netos mais velhos até quando sua filha se mudou para Londres, revendo-os pessoalmente após um ano da mudança. Contudo, quando chegaram na casa das crianças, o neto que havia se mudado quando tinha 5 meses de idade, os reconheceu e sabia que eram seus avós, devido ao contato diário que realizavam por meios digitais.
Com sua outra filha, não conseguiram acompanhar a gravidez presencialmente, nem sentir o bebê mexer na barriga da filha devido à pandemia, porém acompanharam-na a cada dia da gestação, podendo ver a barriga crescer e auxiliá-la na preparação para o nascimento do neto. “O que vale é a intensidade do momento, a presença diária mesmo de longe, curtir cada pequeno momento e fazer da ligação uma aproximação e mais uma memória para a criança que jamais será esquecida”, indica Priscila.
Usar a tecnologia ao nosso favor
Estar longe não é fácil e a presença física nunca será substituída. Mas a tecnologia tem contribuído para que a distância seja diminuída e o crescimento dos netos possa ser acompanhado de perto pelos avós. “Lemos histórias, nos fantasiamos, comemoramos aniversário com direito a decoração e bolo, andamos de bicicleta e patinete com eles, fazemos parte desse dia a dia. Não deixamos a distância nos separar. Estamos longe fisicamente, mas presente na vida deles diariamente”, conta o casal.
Priscila orienta que os avós, mesmo que morem longe, mantenham atividades que realizariam com seus netos, se estivessem juntos presencialmente. “Viva como se estivesse perto, ao lado deles, e não deixe seus netos sentirem a sua falta. As memórias que criamos são as que vão trazer boas lembranças e não deixar a saudade tomar conta da nossa vida”, complementa.
Claudio e Priscila têm o costume de realizar a reunião familiar com seus filhos e netos, mesmo que cada um esteja em um continente, para que tenham um tempo de qualidade juntos e que possam criar memórias incríveis, como aniversários virtuais, o primeiro passeio de bicicleta e qualquer outra descoberta diária. “É importante sempre surpreender os nossos netos e reavivar a memória afetiva com momentos já vividos. Além disso, podemos criar oportunidades mesmo que à distância, através de vídeo chamadas. Os pequenos momentos serão relembramos por eles”, conclui Priscila.