Atentar-se ao comportamento do filho mais velho, ter um planejamento orçamentário familiar e ajustes na vida pessoal são necessários.| Foto: Jonathan Borba/Unsplash
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Ter um filho é uma decisão importante e impactante na vida de um casal. Escolher ter mais de um também exige planejamento, mas nem sempre isso acontece. Tem muitos casos em que o filho é promovido a irmão mais velho meio que de surpresa. De qualquer forma administrar a casa com duas ou mais crianças exige sintonia de toda a família.

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“Maternidade traz uma simbiose inicial muito grande, independentemente de ser o primeiro ou o segundo filho”, afirma a enfermeira Eneida Souza, terapeuta de família e consultora de Philips Avent. E é justamente por isso que o primeiro filho não pode ser deixado de lado ou esquecido com a chegada de um irmão ou uma irmã, segundo ela.

O pai, nessas horas, é uma figura muito importante, porque a exigência de um recém-nascido é grande e a mãe precisa estar disponível. Logo, dividir as tarefas em casa, é essencial para não haver conflitos ou crises de ciúme do outro filho, que também são normais. “É comum a criança regredir, fazer um pouco de xixi, querer mamar na mamadeira que já não mamava mais e até no peito da mãe, porque vê o outro mamando”, diz a enfermeira.

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Fernanda Baptista, psicóloga clínica e psicanalista orienta que os pais se dediquem ao filho mais velho e façam atividades que independam do universo do bebê que está por vir. Só que a chegada de um outro filho não afeta apenas a vida da criança que já faz parte da família. Fernanda revela que em consultório ouve muitas dúvidas a respeito do amor e de como dividir esse sentimento entre dois ou mais filhos. “O amor é construído e para um segundo ou terceiro filho também vai ser assim. Não é uma continuidade, mas sim uma outra relação”, explica a psicóloga.

Um aspecto positivo, porém, ressalta Fernanda, é que depois de passar pela experiência de pais de primeira viagem, o casal já relaxa mais, fica mais tranquilo, desencanado e bem menos ansioso. Só que a psicóloga lembra que cada gestação é uma gestação e cada criança é uma criança. “Primeira vez é sempre novidade, mas a segunda não é garantida nem necessariamente conhecida. Por isso muitas vezes a primeira gestação é muito tranquila e a segunda, com mais desafios”, alerta.

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Finanças e vida pessoal

Eneida lembra de outra questão bem relevante ao tomar uma decisão de aumentar a família. A situação financeira pode ser um problema se o casal não está afinado. “Não é se preocupar em fazer conta para saber quanto custa ter um filho, mas ter um orçamento. A educação financeira do casal é muito importante. Tem que ter alinhamento para não virar atrito lá na frente”, ensina ela.

Abrir mão de alguns momentos da vida pessoal também pode ser necessário. A enfermeira acredita ser essencial que pai e mãe mantenham uma rotina para que não percam características pessoais, mas defende que ter um filho significa ter tempo para se dedicar à criança. Na opinião dela alguns ajustes devem ser feitos, como mudar a intensidade ou o horário das atividades físicas ou reduzir o volume de trabalho, por exemplo.

“Eu não preciso deixar de ser quem eu sou”, explica Endeida, que é mãe de três. Com todos já criados, e adultos, ela conclui: “filho consome mesmo, vai abraçando a gente cada vez mais, mas a gente precisa manter a nossa individualidade também”.