Quem tem adolescentes em casa sabe que nem sempre é fácil lidar com o comportamento deles nessa fase da vida. Mau-humor, cara fechada e distanciamento dos adultos são atitudes relativamente comuns, mas nem tudo precisa ser sofrimento. Os pais devem ser compreensivos, mas também saber impor limites para que a relação não fique insustentável.
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Ao entrar na adolescência, o jovem passa por um turbilhão de emoções. Os hormônios são os principais responsáveis pela transformação e diversas mudanças que acontecem no corpo e no comportamento da criança. A pedagoga Ana Cruz explica que os adultos precisam aprender a respeitar esse momento. “Tudo é novo, tudo é diferente, ninguém entende o mundo dele e ele não sabe o que fazer. Não é nem criança, nem adulto”, afirma. Por isso os pais precisam dar suporte e direcionamento.
Não tem receita de bolo porque cada família se comporta de um jeito e lida de formas diferentes com as situações, mas Ana garante que rotina, disciplina e amor são indispensáveis. “Esse olhar mais atento dos pais é o que faz a diferença para que a relação familiar se dê de forma menos traumática”, destaca a pedagoga.
Bruna Andrade é mãe do Arthur, de 14 anos. Ela conta que em casa eles se dão muito bem e conversam bastante. Tem ocasiões, porém, em que é difícil fazer o filho escutar o que ela diz. “Ele tem mais atenção naquilo que é mais significativo pra ele. Nos jogos ele é super atencioso, mas quando eu peço alguma coisa, ele não presta atenção, esquece. Abstrai, como se não tivesse ouvido”, revela.
Esse tipo de comportamento é bastante normal. Ana ainda destaca que faz parte do processo ficar desatento e até mal-humorado, e aponta: “Eles têm o direito de ficar quietos, emburrados, de não gostar de alguma coisa”. O que não se deve fazer, de acordo com a pedagoga, é expor os filhos em situações como essa. “É desrespeitoso expor o lado emocional da pessoa. Isso acaba com a vontade ser proativo”, alerta.
Como lidar
Na casa da Bruna a forma de lidar com essas situações é ouvir o outro. Se o Arthur não concorda com alguma coisa, precisa explicar o porquê. “A gente ouve muito a opinião dele, mas prevalece a nossa porque ele tem que entender que quem manda somos nós, os pais”, diz ela. Essa imposição de limites é a orientação da Ana, também.
Dar sugestões sem impor as coisas e dar limite sem ser chato é um caminho interessante, ensina a pedagoga. Ela acredita que autoritarismo demais não funciona e liberdade total, menos ainda. Ana ainda ressalta que se a família tem mais de um filho, comparar o comportamento dos dois também é ruim. “Isso é muito prejudicial porque duas pessoas com a mesma criação, a mesma educação, no mesmo ambiente podem ter personalidades totalmente diferentes”, explica.
Além de manter o diálogo com os filhos, a pedagoga sugere fazê-los ter uma rotina saudável de sono. E ainda se aproximar, convidando os amigos dos filhos para frequentarem a casa da família, já que os relacionamentos sociais são essenciais nesse momento da vida.