Fundada em junho de 2013, a ONG Amada Helena nasceu para lutar por mais leitos para recém nascidos em hospitais. Mas em sua trajetória percebeu que, tão importante quanto conquistar mais leitos junto aos governos públicos, era necessário apoiar e acolher as “Mães de Anjos” que, muitas vezes, não recebem apoio para sua dor.
“Essas mulheres se sentem sozinhas, marginalizadas emocionalmente e forçadas a esconder sua tristeza”, diz Flávia Rott de Oliveira, vice-presidente da ONG. A entidade foi responsável pelo 1º Dia das Mães de Anjo no Brasil e pela exposição Mães de Anjo, que retratou o intenso sentimento de perda e saudade dessas mulheres. “Fazemos tudo para quebrar o silêncio e ajuda-las a entender melhor o processo do luto, assim como conscientizar as pessoas em relação a situação delas”, diz Flávia, que denuncia a indiferença da sociedade em relação à necessidade de apoio emocional dessas mulheres.
Para a dirigente, temos tanto medo da morte que, instintivamente, fugimos do assunto e evitamos falar sobre isso. “Se choramos muito, somos fracas. Se retomamos nossa vida, ou ao menos tentamos sair para jantar, ir a um cinema, não amávamos nossos filhos. Na realidade ninguém sabe muito bem como agir conosco, e às vezes agem como se fossem contrair uma doença ao se aproximar de nós. É aquela velha história de pensar que saberiam o que fazer e como agir em nossa situação”, desabafa.
Exposição de Sentimentos
A ideia da uma exposição surgiu da necessidade de divulgar o Dia das Mães de Anjo, instigar as pessoas a conhecer mais sobre o assunto e aprender como ajudar as mulheres que passam por esta fatalidade. Mas, o que era para ser uma exposição de desenhos, evoluiu para a produção de fotos, com o enorme desafio de captar um sentimento tão difícil de explicar.
Quem topou encarar a proposta foi a fotógrafa Daniela Batastini, que trabalhou com pouquíssimas referências já que no mundo todo não há conhecimento de um projeto parecido. “Só sabíamos que não queríamos mostrar nada mórbido, nem tampouco fingir que o filho dessas mulheres apenas virou uma estrela”.
Já na abertura da exposição, que aconteceu no Shopping Gravataí, Rio Grande do Sul, a Ong recebeu convites para mais três locais, dois fora do estado. Para 2016 o roteiro das fotos está pronto e a mesma fotógrafa promete novamente emocionar com sua sensibilidade.
Sobre a ONG
Amada Helena é uma instituição criada em 2013 em homenagem à Helena, que à espera de um leito de UTI Neonatal, não resistiu e se tornou “um anjo”. A revolta, a dor, a tristeza, a saudade e o sentimento de impotência permaneceram no coração e na alma da família. Mas, seis meses após o choque inicial, mãe e tia resolveram lutar para evitar que essa tragédia tirasse a vida de mais inocentes como Helena. Foi na busca para evitar que outra família seja destruída pela dor da perda, que surgiu a ideia da petição por mais leito em UTI neonatal no Brasil e, consequentemente, a ONG. Para ajudar, você pode assinar a petição pública que lançaram ou divulgar o trabalho da instituição, compartilhando e curtindo as publicações na página de Facebook da Amada Helena. A ONG precisa ainda de voluntários nas áreas de design, assistência social, web design, redação, entre outros.