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Andréia e Thiago Camargos – ou Déia e Tiba como são conhecidos no YouTube –, são pais de três meninos: Bento, Matias e Tomás. Eles são influenciadores digitais e compartilham seu estilo de vida familiar por meio de seu canal na rede social. Mas apesar de os pais usarem a internet como fonte de renda, as crianças têm pouco acesso a ela: o celular é proibido para os menores antes de qualquer refeição ou atividade em família, e não há televisão na sala da casa.

A decisão do casal foi tomada para que seus filhos não criassem o hábito de sempre estarem assistindo ou teclando algo e assim perdessem o convívio familiar. E deu certo. Hoje as crianças levantam pela manhã e em vez de procurarem a televisão para se entreter, recorrem aos livros para o mesmo objetivo. Eles ainda se tornaram mais independentes na busca por coisas que preencham seu dia e são mais criativos, porque experimentam de alguns momentos de ócio.

Família pode conversar mais digitando menos

Apesar dos excelentes resultados vistos em sua casa, Andréia entende que essa é uma questão que vai variar dependendo da cultura familiar. Há famílias com hábitos que envolvem assistir televisão todos juntos como relaxamento e outras que já acostumaram seus filhos a assistir algum vídeo enquanto comem. Ainda assim, Andréia deixa o alerta: é preciso uma forte supervisão. “Se a família é aberta aos eletrônicos, que seja com uma supervisão bem intensa, porque é perigoso deixar uma criança que não tem ainda o discernimento apurado sobre o que pode e o que não pode” comenta.

O que fazer?

Desvencilhar as crianças da grande variedade de entretenimento que os celulares e a televisão oferecem aos pequenos, não é fácil. É necessário oferecer alternativas que substituam e preencham a lacuna que vai ficar na rotina da casa, caso você escolha seguir o exemplo de Déia e Tiba.  Neste caso, a psicanalista Juliane Arrais aconselha que os pais criem atividades de acordo com a idade de cada filho, para que não seja um tempo monótono.

Às crianças de dois e seis anos ela recomenda, por exemplo, que haja o monitoramento do uso dos eletrônicos e uma limitação de tempo oferecendo-as outras atividades. “Em casa, contação de histórias, leitura de livros, brincadeira com água, desenho e pintura, podem ser boas opções”. Já para crianças de seis anos em diante, vale fazer combinados, estipular junto o tempo de uso que será permitido e pedir a colaboração da criança para controlar o tempo de uso, que também deve ser monitorado pelo adulto para evitar conteúdos inapropriados, segundo a especialista.

Juliane reitera que é necessário copiar os avós. “Eles cantavam para acalmar o bebê sentado no banco traseiro durante longos trajetos, ou contavam histórias para entreter a criança em uma sala de espera para a consulta médica”, diz. “Havia e ainda há tantas opções de nos divertirmos juntos que confesso que é difícil pensar na redução a uma apenas – um aparelho tecnológico”, finalizou.

 

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