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A crise demográfica na Europa, a despeito dos esforços de alguns países para revertê-la, ainda é uma realidade. A taxa de natalidade no continente é de 1,58 filho por mulher. Para Katalin Novák, ministra de Assuntos da Família da Hungria, a solução é o fortalecimento das famílias, “o grupo social mais importante”, segundo diz. Ela contou ao jornal espanhol ABC o que o seu país tem feito para aumentar a sua taxa de natalidade.

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Uma das medidas ousadas do governo húngaro foi conceder às mulheres uma licença-maternidade de três anos. Nos seis primeiros meses, a remuneração que ela recebe permanece semelhante à do seu salário. Até os dois anos, a quantia mensal é um pouco menor. No terceiro ano, diminui mais um pouco, mas contam com seguro social e vínculo laboral garantidos.

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Se a mãe, porém, quiser voltar ao trabalho após os primeiros seis meses, continua recebendo esses subsídios, além de seu salário. As empresas com colaboradoras em licença recebem descontos nos impostos. “Ou seja, é mais barato para a empresa trabalhar com uma mulher que acaba de voltar de licença do que com qualquer outro empregado”, comenta Novák.

“Para nós, é importante que não nos centremos apenas no indivíduo e em seus fins pessoais, mas também nos interesses da família. Só assim podemos formar nações fortes”, diz a ministra. A Hungria investe 5% de seu PIB em medidas e subsídios pró-família, o dobro da média dos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A população da Hungria está em declínio há três décadas, mas os esforços têm dado resultado aos poucos. Hoje a taxa de natalidade no país é de 1,5 filho por mulher – já chegou a 1,23 em 2011. “É o único caminho viável para sobreviver como sociedade. Não há outra alternativa. Se continuamos assim, cada vez menos, vamos ter nações que simplesmente desaparecerão”, avalia Novák. “É uma situação em que o problema engloba a todos”.

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Para a ministra, muitos países ficam de mãos atadas no combate a esse problema porque “os políticos têm medo de ser atacados ao dizer que a família é a base da sociedade”. “É um assunto muito ideologizado nos países europeus”, diz ela. “Nesses temas, não apenas as subvenções econômicas são importantes, mas também a forma de ver a vida e a sociedade. Creio que os cidadãos estão a favor das famílias. Mas enquanto os políticos estiverem afastados dessa ideia, os eleitores não se sentiram representados por eles”.

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Da parte dos jovens, “há um medo generalizado de ter de escolher entre a família e o trabalho”. “É normal pensar assim, porque isso também aconteceu comigo. Mas para além disso, como ministra, preciso pensar em como ajudar nas decisões pessoais da população, como garantir o entorno adequado para que cada um tenha uma decisão pessoal e organize sua vida como desejar”, diz Novák.

 

Com informações de ABC.

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