As mudanças trazidas pela chegada de um filho afetam as mulheres mais do que imaginamos. A maternidade chega até mesmo a alterar morfologicamente o cérebro feminino – e essa transformação que tem consequências hormonais e psicológicas, aliada a fatores culturais, faz com que socialmente a mulher se posicione de forma diferente, já que agora ela é uma mãe.
Segundo a psicóloga Silvana Leoni Calixto, durante a gravidez o cérebro da mulher é invadido por neuro-hormônios produzidos pelo feto e pela placenta. “É por isso que você percebe mulheres que eram muito focadas na carreira mudando a sua maneira de pensar”, diz. É o cérebro se tornando materno. Essa situação pode aparecer já nos primeiros meses de gravidez, perdurando por muito tempo.
Portanto, não se pode separar a mulher da mãe biologicamente. Mas esse novo momento deve ser compreendido e aceito como benéfico. Os papéis podem ser equilibrados com a ajuda de familiares que devem apoiar a mulher, para que ela não se esqueça de si mesma. “O marido pode auxiliar ficando com a criança para que ela tenha um tempo para lazer, descanso, estudos”, diz Silvana.
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Mas antes de mais nada, é importante proporcionar a liberdade de escolha para a mulher. A psicóloga sugere também avaliar em casa se é o marido ou a mulher que tem mais chances na carreira e resolver qual deles pode ficar mais com a criança, após o período de amamentação. Ainda, se ela decidir permanecer em casa com os filhos, deve ser ouvida e a opção não pode ser descartada, porque afinal, ela está entendendo, como mulher, que é momento de rever a rota da vida.
No relacionamento, o equilíbrio entre ser esposa e mãe acontecerá se houver sacrifício dos dois lados. Silvana explica que tanto marido quanto mulher deverão compreender que existirão algumas limitações, mas que se trata de uma fase. “Os primeiros meses são complicados porque o bebê é simbiótico com a mãe”, diz Silvana. “Ele sequer se vê como um ser à parte”, diz. Nesse momento o relacionamento do casal muda mesmo e é preciso compreensão.
Quais os cuidados que a mulher deve tomar antes de engravidar?
Por isso existe a necessidade de se preparar para a gravidez. Serão mudanças não só no corpo da mulher, mas também na estrutura familiar. Pode ser que a mulher que “nascerá” junto com a criança tenha a necessidade de mudar de carreira, por exemplo. Que sinta a necessidade de ser uma esposa melhor, que precise aprender a ser menos exigente consigo mesma e com os outros.
Antes de tudo, é importante que a mulher compreenda que esses dois papéis podem existir em harmonia. Ela pode ser uma mãe dedicada e criar com excelência os filhos, tendo o apoio do marido, e ao mesmo tempo ser uma mulher que cuida de si mesma, em todos os aspectos de sua vida.
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