Depois de comemorar muito ao descobrir que estava grávida, dividir a ótima notícia com toda a família e sair pela cidade comprando os primeiros macacões e pacotes de fralda para o bebê, a norte-americana Alexis Marrino, de 22 anos, viu todos os sonhos que havia imaginado para a criança ruírem diante de um diagnóstico aterrorizante: a pequena McKinleigh Jade Marrino tinha anencefalia e a gravidez precisaria ser interrompida.
“Não vivo a doença, mas celebro sua vida”, diz mãe sobre filho com metade do coração
A alteração genética rara apresentada pela filha prejudicaria a formação das principais partes do cérebro dela e faria com que a criança sobrevivesse apenas algumas horas após o parto. Isso se conseguisse nascer com vida. “Nunca me esquecerei das palavras que ouvi: ‘não conseguimos encontrar atividade cerebral’. Tudo ficou em branco e senti como se não pudesse respirar”, escreveu a mãe em sua página no Facebook.
A notícia foi recebida no mesmo dia em que ela e o marido Michael Marrino, de 25 anos, descobriram que esperavam uma menina e, por isso, não conseguiam acreditar que nunca conheceriam a filha. “Até pensei em terminar com a gravidez e marquei uma consulta”, recorda. No entanto, o casal cancelou o procedimento um dia após realizar o agendamento. “Decidimos continuar com a gravidez e a tratamos como um bebê saudável, mesmo sabendo que não poderíamos levar ela para casa no final”, relatou a moradora do estado de Dakota do Sul, nos Estados Unidos. “Eu queria conhecê-la e abraçá-la”.
“Eu sabia que não poderia salvar a vida da McKinleigh, mas poderia ajudar a salvar vidas de outros bebês”, afirmou.
Alexis ainda comentou com o esposo a respeito da vontade que tinha de amamentar e disse que gostaria de tirar seu leite após o parto para doá-lo a crianças prematuras que precisassem do alimento. “Eu sabia que não poderia salvar a vida da McKinleigh, mas poderia ajudar a salvar vidas de outros bebês”, afirmou na publicação em que mostra os 33 litros de leite coletados durante 20 dias. “Foi uma jornada longa, difícil e até dolorosa, mas valeu a pena”, garantiu.
Atitude de amor
De acordo com ela, a menina nasceu no dia 29 de julho e o casal aproveitou para abraça-la e dizer que a amava. “Foi uma hora e dez minutos realmente preciosos. Ela era muito quente e macia, então fiquei feliz por poder segurá-la”, afirmou em entrevista ao jornal britânico Daily Mail. Só que “eu pensei que ela teria características diferentes. Ela definitivamente se parecia mais com o pai”, brincou.
Um dia depois de conhecer a pequena e celebrar seus 70 minutos de vida, a norte-americana voltou para casa e usou a ação solidária que havia planejado durante a gravidez para enfrentar o luto. “Teve dias em que chorei porque fiquei pensando ‘como é justo fazer isso com o bebê de outra pessoa em vez do meu?’ Mas, apesar de tudo, continuei”, escreveu a jovem, que retirava leite dia e noite com a ajuda de Michael, tendo a filha como motivação: “Eu queria deixar McKinleigh orgulhosa”.
A entrega dos recipientes aconteceu dia 19 de setembro. Alexis publicou em sua página diversas fotos da ação e viu a história de sua filha ultrapassar as fronteiras dos Estados Unidos. “Você é uma verdadeira heroína”, escreveu o alemão Petrit Selmanoski na publicação. “Que presente maravilhoso você está oferecendo”, continuou a australiana Sara Browning.
Ao todo, as imagens já receberam 41 mil curtidas e 10 mil compartilhamentos, mas Alexis espera que não pare por aí. “Fique à vontade para compartilhar”, incentivou. Afinal, “o mundo precisa saber a respeito da minha doce menina”.
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