William Iven/Unsplash
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Foi pensando em ter mais qualidade de vida que a pedagoga Juliana Borba de Casaes, de 35 anos, decidiu largar a sala de aula e começar a empreender. “Eu estava muito cansada. Então, conversei com meu marido e com alguns familiares que me ajudaram a fortalecer minha decisão de começar a realizar outra atividade. Foram dias difíceis em que pensei e repensei até chegar à conclusão que era o melhor a fazer naquele momento”, revelou.

Por que a maternidade está se tornando um incentivo ao empreendedorismo feminino

Da dura rotina preparando conteúdos e corrigindo cadernos com atividades (inclusive durante a noite e aos finais de semana), Juliana passou a fazer bolachas decoradas – um hobby antigo – e ganhou mais tempo em casa com o filho Lucca, de 4 anos. “A principal vantagem que vejo nessa minha escolha é a flexibilidade de horários. Consigo organizar a minha agenda, por exemplo, para ter um dia off, buscar meu filho na escola um pouco mais cedo ou programar um passeio em família. Algo que em um trabalho formal, eu não poderia”, disse.

Juliana deixou a pedagogia para empreender. Foto: Arquivo pessoal Juliana deixou a pedagogia para empreender. Foto: Arquivo pessoal

Hoje, o negócio segue de vento em polpa, mas a empreendedora reconhece que, por vezes, acaba trabalhando bem mais do que antes. “Em diversos dias trabalho muito mais que as oito horas habituais de qualquer funcionário”, diz. “Inclusive, passo muitas madrugadas em claro para dar conta de tantos pedidos. Acaba que na maioria dos dias trabalho mais do que quando estava na escola, mas também fico mais tempo com meu filho, que é, na verdade, a grande razão de tudo isso”, avalia.

Expectativas alinhadas

Para a coach Adelaide Giacomazzi, essa é a realidade de grande parte das mães que decidem empreender. Segundo ela, pesquisas mostram que 86% das empreendedoras não se planejam corretamente antes de iniciarem o negócio. “E nessa, muitas acabam perdendo tempo, dinheiro e até a saúde, já que tem que dividir as atividades do negócio com a função de cuidar da casa e dos filhos”, explicou ela ao Sempre Família.

Uma das dicas da especialista é que, para tornar a rotina produtiva, é preciso alinhar as expectativas do negócio com os familiares e definir limites. “Não adianta a pessoa ser disciplinada se os outros não colaborarem. Se a mãe é fotógrafa, por exemplo, precisa negociar com os filhos que quando estiver com a porta fechada é porque está trabalhando e precisa se concentrar”, exemplificou a especialista. O mesmo vale para as tarefas da casa, que devem ser divididas.

Outra dica da especialista para quem está pensando em “mudar de ares” é focar no que se ama. “Muitas pessoas acabam optando pelo que está na moda ou pelo que está dando dinheiro naquele momento, mas não se preocupam se realmente gostam daquilo, se entendem do assunto. Com o tempo, acabam não vendo muito sentido naquilo, não criam conexão. Aí fica difícil de o projeto sobreviver”, orienta Adelaide.

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